Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha: a potência de seis escritoras negras

Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha: a potência de seis escritoras negras

Coletivo lança neste domingo o livro "Travessias de Amanaã"

Lou Cardoso

Autoras lançam o livro "Travessias de Amanaã" neste domingo

publicidade

No Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado neste domingo, ocorre o lançamento do livro "Travessias de Amanaã", escrito por seis escritoras negras e gaúchas. São elas:  Ana Dos Santos, Carmen Lima, Fátima Farias, Delma Gonçalves, Lilian Rocha e Taiasmin Ohnmacht. Nesta data, às 19h, acontece o Sarau Amanaã – Energia de raiz a semente na página do Facebook da Sala Libretos com a presença das autoras.  

"Travessias de Amanaã" reúne poemas e reflexões das seis autoras, numa construção coletiva de mulheres inspiradas em suas vivências, assim como Conceição Evaristo e Maria Carolina de Jesus. A ilustração da capa, de Carmen Lima, revela a potência e a conexão com a ancestralidade presentes nos textos. 

No prefácio, Rudiléia Paré Neves, professora e coordenadora do Coletivo de Mulheres Negras Iyá Agbara, reconhece nas autoras a escrita se fazendo tão necessária quanto o ato de respirar: "Essas seis escritoras, que também desempenham outras funções no dia a dia (não há uma só jornada para as mulheres) e que se entregam ao gozo – ou sofrimento? – do ato de escrever, neste livro falam do que e de quem precisa ser dito. Falam do que e de quem foi/é renegado. Falam do que e de quem foi/é esquecido. Falam de amor, de autoamor. Falam de alegrias e de dores”. 
 
A autora ainda prossegue na análise: “E eu me vejo nas mulheres desses textos. Me vejo um pouco em Farisa, a menina que não podia falar com espíritos de brancos; na menina de tranças, que renasce todos os dias e na bruxa, que renasce das cicatrizes; na mulher que rompe com um ciclo de dor e na que parte sem se despedir; na que sonha e acorda molhada e na professora cujo aluno não conseguiu fazer o trabalho solicitado; na que é perseguida pelo segurança da loja e naquela cujo corpo recebe a bala perdida; na resposta certeira e forte aos olhares preconceituosos que recebemos todos os dias. Vejo todas as que são atingidas – e mortas – pelo racismo, pelo machismo, pelas opressões todas.”


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895