Escritora reivindica a subjetividade da mulher negra em livro de estreia

A jornalista e escritora Brenda Vidal lança, nesta sexta-feira, o seu livro de estreia, "Sujeita", pelo selo literário gaúcho e independente Todas Escrevemos. O lançamento oficial será marcado com uma live com a autora, com a produtora executiva e fundadora do coletivo, Camila Alexandrini e com a realizadora do projeto gráfico do livro, fotógrafa e também fundadora da Todas Escrevemos, Iasmin Schleder, às 20h, no YouTube da Fora da Asa. 

São mais de 90 páginas recheadas de poesias com forte influência da estética poética contemporânea. Segundo Brenda, a sua vontade de escrever ultrapassou as margens do jornalismo e seguiu o caminho das linhas da poesia. Ela buscou a sua ex-professora de Redação da época de cursinho, a doutora em Literatura e membra do projeto educacional Fora da Asa - Experiências Plurais, Camila Alexandrini, para ajudar no processo da escrita através de encontros onlines por causa da pandemia. 

Sua produção teve como inspiração a “escrevivência”, estética criada por Conceição Evaristo, e se guia por um jogo de transparências e neblinas, ora entregando-se em linhas confessionais, ora fazendo dos versos plataformas de seu corpo coletivo. As temáticas do livro se guiam pelo balé planetário da astrologia, pelo flerte com escritos eróticos, além de textos sobre o que a mulher negra está sujeita - à pobreza, à solidão, à hiperssexualização, ao racismo - e ao que mulher negra quer ser sujeita - aos afetos, apaixonamentos, desejos e reflexões.

O trabalho de mulheres no gênero é a sua influência predominante, através de nomes como Ana Cristina César, Hilda Hilst, Luna Souto Ferreira, Tatiana Nascimento e Sónia Sultuane. Compositoras e compositores da música brasileira também inspiram sua escrita; estão nessa lista Anelis Assumpção, Ava Rocha, Luedji Luna, Curumin, Luiz Melodia, entre outros. 

A primeira tiragem da obra terá o preço de R$ 35 para o público geral, além de pôster brinde com ilustração exclusiva para os que contribuíram com o valor máximo. Haverá um preço social de R$ 30, apenas para pessoas negras e/ou trans.