“Os Melhores Anos de Uma Vida” (Les Plus belles années d'une vie)
Filme mostra casal de amantes depois de 50 anos
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“Os Melhores Anos de uma Vida” fecha a trilogia iniciada 55 anos atrás com “Um Homem, uma Mulher” e sequenciada, em 1986, com “Um Homem, uma Mulher 20 Anos Depois”, do prolífico diretor francês Claude Lelouch, e é uma obra comovente, e nostálgica. O filme acompanha os personagens Jean-Louis Duroc (Jean-Louis Trintignant) e Anne Gauthier (Anouk Aimée) cinquenta anos depois de quando se conheceram e tiveram um romance.
Na história, repleta de flash-backs, Jean-Louis está internado numa casa de repouso, e distante daquele homem bonito e sedutor. Com claros sintomas de Alzheimer, o ex-piloto de corridas parece perdido nos caminhos de sua memória. Para ajudá-lo, seu filho procura a mulher que seu pai não foi capaz de manter, mas sobre quem lembrava frequentemente. Anne, então, vai visitar Jean-Louis, para animá-lo. Porém, ele parece não reconhecer a ex-amante. Por vezes, a história mostra Jean-Louis lépido, dirigindo, esperto, mas são apenas devaneios dele.
O diretor conta que seus filmes estão sempre em busca de emoções. Cada um deles explora novas maneiras de ele comunicar o que considera mais importante. “Acho profundamente emocionante ver Jean-Louis e Anouk anos depois, no espaço de um segundo. É um segundo da eternidade que abre um buraco no tempo. As emoções são trazidas em círculo completo. As imagens de Jean-Louis e Anouk de duas épocas diferentes apenas intensificam nossas emoções”, explicou Lelouch.
A ideia de retomar a história dos personagens surgiu durante a festa do cinquentenário de “Um Homem, uma Mulher”. O diretor observou Jean-Louis e Anouk conversando e percebeu que todo mundo estava rindo e se divertindo. “Foi maravilhoso para todos nós nos reunirmos novamente. Era como se algo tivesse ficado inacabado e nenhum de nós queria que terminasse. Naquele dia, vi o que tornou Anouk e Jean-Louis ainda maravilhosamente únicos depois de todos esses anos”, destacou.
“Pensei comigo mesmo que seria fantástico tê-los juntos novamente, como um par de noivos eternos que ainda tinham que dizer suas palavras finais - palavras que também poderiam ser as primeiras”, lembrou Lelouch, que ainda complementou: “na nossa idade, eu poderia fazer Anouk e Jean-Louis dizerem praticamente qualquer coisa. Como eu, eles estão no terceiro ‘trimestre’ de suas vidas. Finalmente, podemos dizer o que realmente pensamos, enquanto no dia a dia tendemos a moderar as palavras”, finalizou.