Retratos de Uma Guerra

Retratos de Uma Guerra

Drama mostra sofrimento de jovem lituana, mandada por Stalin para os gulags

Chico Izidro

Bel Powley vive a jovem lituana Lina, mandada para os gulags com 15 anos de idade

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Hitler tocou o terror na Europa na II Guerra Mundial, mas Stalin, ditador da União Soviética, não ficou tão atrás assim na questão. Talvez a diferença é que o nazista ordenou o extermínio de vários povos, principalmente o judeu, de forma industrial nos campos de concentrações. Já o soviético usou e abusou dos deslocamentos de comunidades inteiras, enviadas para os gulags, por serem consideradas traidoras do sistema soviético. E isso causou a morte de milhões de pessoas. E é isso do que trata o filme “Retratos de Uma Guerra” (Ashes in the Snow, nome muito mais adequado, mas as distribuidoras brasileiras insistem em títulos genéricos, considerando que o público nacional é burro, direção de Marius A. Markevicius, e baseado no romance “A Vida em Tons de Cinza”, de Ruta Sepetys.

A trama acompanha a tragédia da jovem lituana Lina Vilkas, de 15 anos, que teve a adolescência destruída por Stalin. Em 14 de junho de 1941, a garota, excelente desenhista, se preparava para ingressar na escola de arte de Vilnius, capital de seu país, localizado no Báltico e já ocupado pelas forças soviéticas – depois acabaria nas mãos dos nazistas. Pois naquela noite, ela, a mãe e o irmão de 10 anos foram jogados em um trem junto com outros milhares de conterrâneos e enviados para um gulag, na Sibéria. Stalin tinha essa mania, de ordenar o deslocamento de comunidades inteiras. No gulag, os prisioneiros, considerados traidores do sistema soviético, passam fome, frio, são submetidos a tortura, fuzilamentos.

Mas a Sibéria, depois de dois anos de sofrimento, não seria o ponto final para essas pessoas, que seriam deslocadas no início de 1943 para um lugar perdido no Círculo Polar Ártico, onde o frio era implacável e a noite durava 180 dias – seis meses! Para sobreviver, era necessária muita vontade de viver. O filme é muito realista, com reconstituição de época rigorosa, e ambientação excepcional – as cenas nos confins dos gulags são desesperadoras e angustiantes.

A vida de Lina, vivida no filme por Bel Powley (do seriado The Morning Show) exemplifica o que sofreram os povos bálticos da Lituânia, Letônia e Estônia, que viveram 50 anos de opressão soviética. Eles foram silenciados e caso protestassem sofriam as mais terríveis represálias. Essencial para se entender aquele período trágico.

“Retratos de uma Guerra” estará disponível a partir de sexta-feira nas plataformas Claro Video, Now, Vivo Play, iTunes, Apple TV, Google Play, YouTube Filmes e Sky Play.

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