Queen & Slim

Queen & Slim

Filme mostra casal de negros que resiste à agressão policial e passa a ser perseguido

Chico Izidro

Slim (Daniel Kaluuya) e Queen (Jodie Turner-Smith) é um casal que foge após matar um policial branco

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A violência policial contra negros é algo histórico e parece não ter fim. Então “Queen & Slim”, dirigido pela cineasta negra Melina Matsoukas, mais conhecida por seu trabalho em videoclipes e séries, imagina o que aconteceria se as vítimas acabassem reagindo e matassem um policial. O filme acaba sendo uma espécie de “Bonnie & Clyde”, sendo que esta obra-prima de 1967 dirigida por Arthur Penn e estrelado por Warren Beatty e Faye Dunaway mostrava a trajetória de um casal de criminosos fugindo das autoridades. Em “Queen & Slim” é mostrada a fuga de um casal de jovens negros inocentes, mas em determinado momento do longa, eles são comparados por um personagem ao casal assaltante de bancos.

A história começa quando Slim (Daniel Kaluuya, de Corra!) e Queen (Jodie Turner-Smith) se conhecem pelo aplicativo de namoro Tinder. Ao saírem da lanchonete onde ocorreu o encontro, eles são abordados por um policial branco, que age com violência e intolerância com os dois. Após Queen levar um tiro, Slim reage e acaba matando o agressor. A dupla sabe que fez algo sem defesa e decide fugir porque ela, que é advogada, pensa que Slim será fatalmente condenado por assassinato. Afinal, dois negros matam policial branco, e a condenação é certa, pois não importa os fatos que aconteceram até chegar a tragédia.

“Queen & Slim” se tranforma em um road-movie, começando em Cleveland, Ohio, e o casal passará por vários estados norte-americanos, com o objetivo de chega na Flórida, e de lá escapar para Cuba. No trajeto, os dois são perseguidos pela polícia. Mas o vídeo da morte do policial foi parar nas redes e eles se tornam heróis para a população negra do país. Afinal, alguém tomou uma atitude contra os anos de violência policial. E logo se descobre que o homem morto há pouco tempo havia matado um jovem negro durante abordagem.

O filme, nestes tempos de “Black Lives Matter” é muito significativo. Ele foi lançado nos cinemas norte-americanos no final de 2019, poucos meses antes de George Floyd perder a vida. Floyd não foi o primeiro e, infelizmente, não foi o último a sofrer violência policial. Só nos últimos meses, os policiais atiraram depois em Jacob Blake, em Neshoba, Wisconsin, e em outros três ou quatro homens negros. Um círculo vicioso que não cessa.

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