Relação maternal

Relação maternal

O turco “Um Grito de Liberdade” mostra relação tensa entre mãe e filha

Chico Izidro

Mãe e filha vivem situação tensa e sufocante

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Com um título genérico e que já foi usado em 1987 para o filme “Cry Freedom”, que trata da vida do ativista antiapartheid Steve Biko, “Um Grito de Liberdade” (Annem) vem da Turquia, com direção de Mustafa Kotan, e mostra uma intensa relação entre mãe e filha durante décadas. O título original significa exatamente minha mãe.

Ayse (Sumru Yavrucuk) vive em uma aldeia no interior da Turquia com o marido negligente e vira mãe tardia, com mais de 40 anos da doce Nazli (Özge Gürel). Ela trata a menina da forma mais gentil possível e imagina para a filha um destino diferente às mulheres locais, ou seja, nada de vida servil e sim de estudos, se possível com uma graduação. Isso já causa um choque com o marido, que não vê sentido em a filha estudar.

Mas Ayse vence a queda de braço e Nazli vai estudar. E começar a sentir vergonha do jeito simples e dedicado de sua mãe. A garota vai subindo os degraus da educação, e depois de muita força, consegue uma vaga na universidade de Istambul, para estudar pedagogia e se tornar, para orgulho de Ayse, professora.

Porém se por um lado Ayse tem muito orgulho da filha, esta não consegue esconder a vergonha que sente da mãe, por sua simplicidade campeira. Que vai se acentuar quando a jovem ficar noiva de um rapaz de classe média alta. Nazli considera a relação com a mãe sufocante, invasiva e opressora.

O filme é interessante, por mostrar aquela intensa relação entre mãe e filha e as diferenças culturais numa Turquia, que consegue ao mesmo tempo, viver no passado e no futuro. Mas por vezes “Um Grito de Liberdade” fica muito próximo do dramalhão mexicano, com algumas cenas desnecessárias e apelativas. Mas que atuação fantástica de Sumru Yavrucuk.

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