O ocaso de um mafioso
“Capone” mostra os últimos dias da vida do famoso gângster
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“Capone” é um projeto do produtor Lawrence Bender – parceiro de Quentin Tarantino em muitos dos seus clássicos – e do diretor Josh Trank, que estava afastado da direção desde o desastre de “Quarteto Fantástico”, em 2015, e que também é o autor do roteiro.
A trama foca o último ano da vida de Al Capone, interpretado por Tom Hardy. O famoso gângster após ter passado dez anos cumprindo pena por sonegação de impostos, o único crime pelo qual a Justiça conseguiu condená-lo, apesar do contrabando de bebida na época da Lei Seca e dos assassinatos que ele cometeu ou ordenou, vive em sua mansão na Flórida, ao lado de parentes. Só que Capone, ou Fonse para os amigos e familiares, é um homem alquebrado, sofrendo de demência decorrente de sífilis.
Sua sanidade está indo para o buraco, ele tem delírios, e usa fraldas. Ao mesmo tempo, o FBI segue em seu monitoramento, pois Capone teria escondido antes de ser preso cerca de 10 milhões de dólares. Porém o seu estado de saúde o fez esquecer disso, mas os agentes federais acreditam que ele possa estar fingindo.
“Capone” é um filme lento, quase sem ação. Não é exatamente um filme de gângster, apesar de retratar um. O diretor acertou a mão e encontrou em Hardy um ótimo intérprete de Fonse. O longa tem cenas memoráveis – numa delas, Capone tem um delírio onde está em uma festa com o famoso cantor Louis Armstrong.
E em outra, demente, pega uma metralhadora e sai atirando em todos os que aparecem à sua frente. Esses são os melhores momentos do filme, quando não sabemos ao certo se o que vemos é real ou está apenas na mente do protagonista.
Além de Hardy, os coadjuvantes se destacam, principalmente a sempre competente Linda Cardellini, Matt Dillon e Kyle MacLachlan. “Capone” é uma meditação sobre o fim da vida.