A ‘praça’ de Musk

A ‘praça’ de Musk

Twitter comprado pelo presidente da Tesla não deve ter censura

Renato Rossi

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O Twitter, com centenas de milhões de seguidores, pertence agora a Elon Musk na transação de 44 bilhões de dólares. Nas declarações sobre a compra, o presidente mundial da Tesla não mostrou a mesma assertividade que marca seus negócios industriais, que são magníficos. A Tesla é a montadora mais valiosa do mundo com capitalização de mais de 1 trilhão de dólares. E produziu 960 mil carros elétricos no ano passado.

Para os investidores assustados diante de mais uma crise fake do petróleo, o elétrico vale muito, e os investimentos vão para a Tesla. Mas, na passagem da tecnologia de produção para a “nuvem”, as fronteiras não podem ser medidas nos metros quadrados das unidades industriais da Tesla ou nos carros produzidos. 

Os analistas de mercado temem que os 44 bilhões de dólares investidos no tremendo poder global do Twitter e seu enorme potencial comercial podem desviar Musk da atividade na Tesla, que o sustenta. E Musk, até a chegada do Twitter, era totalmente dedicado a tornar a montadora uma potência inatingível pela concorrência. Fábricas gigantescas foram erguidas na China e na Alemanha para elevar a produção para mais de 1 milhão de veículos anualmente.

Agora, com 44 bilhões de dólares investidos em usuários do Twitter, a visão idílica de Musk é de que o novo Twitter será a praça da cidade pequena, onde tudo é discutido e resolvido. Sem censura. Os fanatizados, os abomináveis, os que ferram o mundo em mensagens sórdidas na Internet vibraram. Os governos democráticos que desejam a comunicação social livre dos extremistas estarão atentos a esta praça vislumbrada por Musk. E se o nazista quiser frequentar a praça, sr. Musk, como fica?

 


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