O bom combate

O bom combate

Nações ainda mostram contradições que reafirmam a presença do petróleo no futuro

Renato Rossi

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Há este tema urgente do mundo que necessita da “faxina” que exclua o petróleo. Diante da inevitabilidade do carro elétrico que tem vendas aumentadas geometricamente na Europa, China e nos Estados Unidos. No mercado europeu, os países nórdicos realizam rapidamente a transição do petróleo para a eletricidade. Mas há nações que ainda mostram contradições que reafirmam a teimosia do petróleo em passar ao futuro. 

A Noruega expande o consumo do carro elétrico através de uma consciência que preserva o meio ambiente. Mas, ao mesmo tempo, vive na “sujeira”. É dona de grande parte das 184 plataformas de petróleo que operam no Mar do Norte. O petróleo norueguês exportado para o mundo foi responsável pelo ganho de 11,5 bilhões de dólares mensais em 2021. No país, o padrão de vida é um dos mais elevados do mundo. Mas é o “ouro negro” que coloca a Noruega como um dos países mais felizes do mundo. Por outro lado, no país, o mercado automotivo é “limpo”. Os 10 carros mais vendidos em março são elétricos.

A duplicidade de muitos países que produzem ou aderem ao carro elétrico foi criticada pelo presidente mundial da Stellantis, Carlos Tavares. Ele salientou que não adianta produzir elétricos a carbono zero se a produção for “suja”. Tavares citou a China, que utiliza em 90% o carvão para produção de energia elétrica. Mas “sujeira” ou “limpeza” do meio ambiente são desafios que serão superados. A missão dos que acreditam nas fontes alternativas de energia é heroica e visa libertar os seres humanos da submissão ao petróleo. Os jovens noruegueses estão nas ruas em protestos que visam à prevalência da Noruega ecológica dos carros elétricos sobre a Noruega que exporta poluição. É o “bom combate” pela continuidade da humanidade.

 


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