A crise global do chip

A crise global do chip

Indústria automotiva se move em busca da diversificação da produção dos componentes

Renato Rossi

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Para a indústria automotiva, mais do que a Covid-19, a palavra que apavora é chip. O disco ultratecnológico de cristal de silicone cortado numa precisão só analisável em microscópios eletrônicos. As trilhas que resultam do corte formam os circuitos elétricos. Um só fabricante no mundo, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), domina a produção dos semicondutores que, em pouco tempo à frente do software instalado num veículo, valerá mais do que o próprio carro. A TSMC tem a principal unidade industrial localizada na pequena Ilha de Taiwan, a apenas 200 quilômetros do litoral da China. 

As montadoras que não instalarem em seus modelos os sistemas sofisticados de recepção e transmissão de dados estarão fora do mercado. Sem o chip, o carro inteligente fica burro. E o consumidor que depende dos controles eletrônicos do veículo, do sofisticado sistema de infoentretenimento, já rejeita o modelo pobre na tecnologia.

No meio da tempestade da falta de chips numa escala global a indústria automotiva se move em busca da diversificação da produção dos componentes. Na instalação de fábricas fora de Taiwan. A TSMC concorda com isto e constrói indústrias na Europa e nos Estados Unidos. Mas mesmo que os governos invistam em rivais da TSMC, como a americana Intel ou a coreana Samsung, a vantagem tecnológica está com a TSMC. Que começou a produzir chips em 1987, mas deu o grande salto quando em 2012 fechou um contrato com a Apple, secreto, para produzir os componentes do Iphone 6, que vendeu 250 milhões de unidades. Mas faltam chips, e a produção global de veículos já caiu em 46%. Como consequência, o preço do veículo para o consumidor aumentou. Infelizmente é uma crise ainda distante do “final feliz”.


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