Novas tendências globais

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Indústria automotiva se ajusta à realidade da pandemia

Renato Rossi

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Neste início de 2022, as perspectivas da indústria automotiva não diferem desta realidade incerta da pandemia de Covid-19. E são analisadas por empresas de consultoria global. Segundo os analistas, há esta tendência ao aumento constante dos preços. No mundo, a produção de veículos sofre restrições da falta de chips. No Brasil, a inflação corrói o poder aquisitivo, e juros exorbitantes contêm o consumo, explica Tyson Jominy, analista de mercado da consultoria americana JD Power. 

“Até 2016, 30% das vendas das montadoras eram de carros abaixo dos R$ 100 mil. Ou menos ainda em mercados emergentes. Esta tendência entrou em colapso, e hoje apenas 1% dos veículos comercializados estão abaixo dos R$ 100 mil. A regra nas montadoras é produzir menos para lucrar mais por unidade. E isto não é satisfatório para o consumidor mundial”, salientou. 

Outra tendência: a maciça preferência por SUVs e picapes. Em 2019, as vendas de sedãs representavam 22% das vendas globais. Até 2024, mais de 80% do consumo era de utilitários e caminhonetes em mercados de renda concentrada. “A nova realidade, que cancelou férias e viagens aéreas, mudou a economia. Não há como gastar o dinheiro, o que permite a compra de veículos mais sofisticados”, citou Pat Ryan, da consultoria americana CoPilot. 

Outra propensão será a escolha de veículos versáteis no uso, que vivem na cidade, mas acessam o lazer em lugar remoto. Conforme os analistas, os carros aprimorados entrarão em declínio a partir de 2023. E Porsches ou Ferraris serão vistos principalmente pelos jovens como anacronismos antiambientais. E o carro elétrico terá que se afirmar no mundo e não somente na China.

 


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