A escolha pela eletrificação

A escolha pela eletrificação

Presidente mundial da Stellantis contesta a imposição

Renato Rossi

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A entrevista foi concedida na quarta-feira para os jornais Les Echos, Handelsblatt, Corriere della Sera e El Mundo. Presentes à entrevista do poderoso e talentoso Carlos Tavares, presidente mundial da Stellantis, jornais da França, Alemanha, Itália e Espanha. São os países com maior representatividade no mercado de veículos europeu e global. E Tavares surpreendeu ao atacar a eletrificação, embora a Stellantis tenha investido 35 bilhões de dólares no projeto de eletrificação das 14 marcas que formam o grupo. 

Ele não está satisfeito com a opção única pela eletrificação do automóvel. “Fica claro que a eletrificação é uma escolha de políticos, não da indústria automotiva. Um carro elétrico necessita rodar 70 mil quilômetros, no mínimo, para compensar pelo rastro de carbono gerado na produção das baterias. Um processo difícil e poluidor. E terá que rodar 70 mil quilômetros para justificar seu preço muito maior em relação a um SUV híbrido de porte médio”, citou.

Tavares referiu o maior temor da Comunidade Europeia da perda maciça dos empregos para a produção do carro elétrico. “Os políticos e ecologistas determinaram que 2035 é o limite para a produção de modelos a combustão. Então, é urgente que as montadoras transformem suas fábricas para produzirem carros elétricos. A cadeia de produção vai mudar, e neste caminho milhões de trabalhadores não serão mais utilizados nos projetos elétricos. A brutalidade desta mudança significa um risco social muito grande”, alertou. “Mas os fabricantes têm que manter a competitividade em qualquer estágio de seu desenvolvimento. E os governos devem se engajar na transformação elétrica antecipando tendências e agindo em conjunto com as indústrias. E agir com rapidez na montagem da infraestrutura para o carro elétrico”, enfatizou.

 


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