Volkswagen reduz produção

Volkswagen reduz produção

Pandemia gerou prejuízo para a montadora que teve que cortar investimentos

Renato Rossi

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Na terça-feira, o presidente mundial do Grupo Volkswagen, Herbert Diess, em declarações à Imprensa alemã, afirmou que a produção da unidade industrial de Wolfsburg foi de 300 mil veículos até outubro – a produção normal é de mais de 800 mil carros. Em 2018, Diess disse que a marca iria ultrapassar a fabricação de 1 milhão de unidades a partir de 2020. 

Mas ele não podia prever que a Covid-19 se oporia à humanidade e que o prejuízo para as montadoras seria incalculável. Não somente o prejuízo financeiro, mas também da dor do luto e da perda. Quando referiu 1 milhão de unidades o executivo somou a produção do carro elétrico que em Wolfsburg turbinaria a transição da Volkswagen para a eletrificação. Agora, a produção de 300 mil veículos é a mesma de 1958. É um terrível retrocesso. Na entrevista ao jornal Die Welt, o dirigente citou também a falta de chips que obriga a Volkswagen a reduzir em 50% o número de veículos produzidos pelo mundo. E, segundo ele, a crise dos semicondutores não deve arrefecer antes do final do próximo ano.

Para o Grupo Volkswagen, a crise do chip acontece em meio ao acelerado processo de eletrificação de toda a frota, que será completado em 2035. O custo do elétrico é bem superior a do carro a combustão. Em média, 10 mil dólares a mais em relação ao veículo a gasolina e diesel, o subsídio dos governos no Primeiro Mundo. Mas ainda não há uma economia de escala que equalize os preços do elétrico com os a combustão. Nesta semana, Diess foi informado pelo Comitê de Supervisão da marca que a produção de carros elétricos será adiada em Wolfsburg para reduzir custos. É duro golpe para o visionário Diess, adepto de uma Volkswagen sem petróleo.

 


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