Velocidade livre ou não

Velocidade livre ou não

Autobahn pode perder característica que atrai motoristas de todas as partes do mundo

Renato Rossi

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É uma longa história que gerou o mito, a Autobahn. A rodovia de velocidade livre famosa, mais até que ícones mundiais como o Volkswagen Beetle ou o Porsche 911. A Autobahn nasceu em 1934, como um trecho de estrada entre Bonn e Colônia, sob o nazismo de Adolf Hitler. Mas nem a guerra, nem o terrível legado do nazismo destruíram a mitologia da Autobahn. Cuja principal característica a tornou conhecida e invejada em todo o planeta. 

A Autobahn atrai motoristas de todas as partes do mundo. Embora nos trechos estreitos, na proximidade de cidades e vilarejos, exista o limite de velocidade, que é variável. Mas quem já dirigiu nesta estrada sabe o quanto é difícil a adaptação do cérebro ao ambiente da extrema velocidade constante, que, paradoxalmente, é seguro. Afinal, os alemães, para terem acesso a Autobahn, devem realizar testes extremamente exigentes na rodovia com instrutor de pilotagem da Polícia ao lado. Suas reações na alta velocidade são analisadas, e podem receber a licença ou não. Na prática, devem entender a responsabilidade de dirigir na altíssima velocidade em segurança. Também as inspeções de segurança sobre a frota que transita pela Autobahn são constantes, com vigilância presencial e eletrônica. 

Porém, a Autobahn pode perder seu bem mais valioso: a velocidade. Os candidatos Olaf Scholz, do partido Socialista, e Annalena Baerbock, do Partido verde, têm chances de vencerem as eleições para chanceler no país. E uma promessa de campanha é acabar com a velocidade livre na Autobahn, que passará a 130 km/h. A indústria automotiva alemã, a de maior prestígio no mundo, não aceita. E tirar a velocidade na Autobahn do motorista alemão será violar o altar sagrado, intocável. A reação é imprevisível.

 


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