Correndo atrás do prejuízo

Correndo atrás do prejuízo

Montadoras têm que driblar a carência de componentes eletrônicos

Renato Rossi

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Um SUV de última geração pode ter até 3 mil semicondutores. E, na medida em que se amplia o nível de Inteligência Artificial, este número pode ser ainda maior. A inovação tecnológica é essencial, e a indústria automotiva é cada vez mais dependente da alta tecnologia dos microprocessadores.

A líder mundial na venda de chips para automóveis, a TSMC, de Taiwan, teve até julho negócios de 60 bilhões de dólares. A empresa investe neste ano 28 bilhões de dólares para a produção de chips com maior capacidade de processamento. E anunciou no primeiro semestre que constrói mais duas unidades industriais no Japão e nos Estados Unidos, a fim de suprir a demanda das montadoras até 2023.

A TSMC tem a maior capacidade tecnológica na produção de microships para veículos. Mas a concentração na fabricação mundial destas peças eletrônicas em uma empresa gera agora esta situação de carência de produtos, com prejuízo estimado em mais de 200 bilhões de dólares para as fabricantes de automóveis na queda na produção. As montadoras entenderam tardiamente a necessidade de terem mais fornecedores de microchips fora do Sudeste asiático.

A China também investe, no momento, mais de 100 bilhões de dólares para a formação de mão de obra e instalação de fábricas de componentes. Porém, a China está 10 anos atrás de Taiwan na tecnologia de microships. A Europa está há 20 anos. E os Estados Unidos têm a líder global de produção de semicondutores, a Intel, mas com dedicação a suprir a “trilhardária” Apple. Resta às montadoras correrem, muito, atrás do prejuízo.

 


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