O diferencial Tavares

O diferencial Tavares

Executivo português à frente da Stellantis tem longa experiência no setor

Renato Rossi

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O presidente mundial da Stellantis, Carlos Tavares, esteve no Brasil nesta semana em visita à fábrica da Fiat em Betim. É um trabalhador incansável, motivador e detalhista. E foi o segundo executivo mais importante da Renault entre 2011 e 2013, onde ingressou em 1981. Nascido em Portugal, Tavares teve formação acadêmica na França. Cursou engenharia na elitizada École Centrale, em Paris. Foi engenheiro de testes na Renault a partir de 1983. Em 2004, assumiu o cargo de vice-presidente de estratégia de produto na Nissan. Voltou à Renault em 2011, para ser o chefe mundial de operações, um degrau abaixo de Carlos Ghosn.

Com frequência, Tavares e Ghosn estavam na imprensa francesa por divergências. Numa ampla reportagem sobre os desentendimentos, a famosa revista francesa Capital tinha em 2012 sua manchete de capa: Carlos versus Carlos. Em 2013, a gota d’água: Tavares concede uma entrevista à agência de notícias Bloomberg, onde revela seu sonho de ser presidente de uma grande marca. A preferida era a General Motors. Revelava também a sua insatisfação na Renault. Na manhã seguinte, Ghosn o demite. E o chamou de “traidor” na mídia. 

Tavares “deu um tempo” para se dedicar à sua paixão: as corridas de automóveis. É um piloto altamente qualificado e veloz. Em 2016, assume o posto de presidente mundial da Peugeot, que estava em péssima condição financeira com uma série de veículos fracassados na França e no mundo. De 2016 a 2020, Tavares devolve a competitividade à Peugeot, tendo como base ótimos produtos com maior valor agregado. Agora, o seu maior desafio é dirigir a sexta potência automotiva global, com 14 marcas. Sorte da Stellantis que pode contar com o enorme talento de Tavares.

 


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