A crise do chip

A crise do chip

Falta de componente eletrônico afeta a indústria automotiva

Renato Rossi

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A suspensão da produção do Onix na unidade industrial de Gravataí se liga à cadeia logística necessária para mover a complexa estrutura global das fábricas da General Motors. As montadoras compram por cotações de preços semanais as autopeças e os componentes eletrônicos. A logística complexa insere também o planejamento de compras a longo prazo, que dependerá da estabilidade econômica acima de tudo. Hoje, o semicondutor ou chip é componente essencial aos carros de última geração, que integram sistemas direcionados à segurança ativa e passiva, de infoentretenimento e Inteligência Artificial. Tudo é movido a chip. 

Na medida em que o automóvel ficou mais inteligente, as montadoras realizaram, em 2015, pedidos bilionários de semicondutores para os principais fabricantes localizados na Ásia. O planejamento que contemplaria uns cinco anos à frente. Entretanto, durou pouco. Chegou a Covid “matadora”, que derrubou a economia global e induziu as montadoras, temerosas de prejuízo gigantesco, a cancelarem os pedidos de chips. Nos últimos quatro meses de 2020, as vendas surpreendentes de veículos nos Estados Unidos e na Europa levaram as fabricantes a confirmarem novamente os pedidos. 

Mas era tarde demais, porque, na pandemia, as vendas de centenas de milhões de telefones celulares com múltiplos chips estão na origem da crise dos componentes, que arrasa a produção da indústria automotiva. A Samsung e outros gigantes eletrônicos compraram os chips e faturam bilhões. Estima-se que na falta de semicondutores as montadoras, em conjunto, terão um prejuízo de mais de 70 bilhões de dólares até dezembro de 2021.


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