De volta à sobrevivência

De volta à sobrevivência

Indústria automotiva vai das 'naves', como o Cadillac Escalade, aos projetos de frotas elétricas

Renato Rossi

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O que muda na indústria automotiva norte-americana relacionada ao segundo maior mercado do mundo, depois da China? Que tem um nível de exigência equivalente ao do mercado europeu e muito superior à qualidade exigida no mercado chinês? A Europa e os Estados Unidos nos últimos quatro anos rodaram em caminhos opostos. E conflitantes. Com a saída dos Estados Unidos do Tratado do Clima de Paris em 2017 houve praticamente a eliminação de toda a legislação ambiental vigente até Donald Trump ser eleito. O presidente deu as costas e a inconsciência ao meio ambiente. 

E a indústria automotiva norte-americana, que evoluiu na tecnologia na era Obama e preparava-se para lançar em 2025 carros com emissões zero, retornou ao “parque dos dinossauros”. As montadoras eliminaram os sedãs de médio porte como o Ford Fusion, Impala da GM e mais uma centena de modelos. Trocados por “naves” como o Cadillac Escalade, o suntuoso SUV que foi o símbolo máximo de um renovado desperdício energético e poluidor. Cada Escalade custa mais de 100 mil dólares. O lucro é de 20 mil dólares por unidade.

A GM, Ford e FCA jogaram o jogo sem limites do governo. E lucraram bilhões de dólares. Mas sabiam que produzir veículos não adaptados para um mundo que pede socorro pela destrutividade ambiental seria um “tiro no pé” no médio prazo. No sentido oposto, as legislações ambientais cada vez mais rígidas na Europa desaguaram no Euro7, que entrará em vigor no segundo semestre de 2021. É lei dura que determina que qualquer veículo não emita mais do que 95 gramas de dióxido e monóxido de carbono por quilômetro rodado. A norma estimulou a produção e consumo do carro elétrico. E a Ford, GM e FCA anunciam suas frotas elétricas. Assim, o passado não volta tão cedo.

 


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