Na mídia, e principalmente na mídia virtual, surgem “especialistas” aos montes. Mais ou menos como os “experts” na mídia virtual, são os novos “donos” da verdade. O que falam ou escrevem são verdades definitivas. São opiniões insinceras e afoitas de caras que têm trilha longa à frente a ser percorrida com a verdade ao lado, crescente sabedoria. O tempo ensinará que a verdade é uma decisão íntima. Por enquanto, lá e a arrogância domina e se impõe. Sendo contrariada apenas pela experiência de pessoas que leem e veem, e se indignam com inverdades maquiadas como frágeis verdades.
Nesta semana, alguém promove maldades contra o Kardian. Talvez o SUV mais maltratado na mídia. Há manchete em portal que mistura informações mundanas, supérfluas, com um jornalismo que pretende ser verdadeiro e não consegue. A manchete é corajosa e vai revelar a “verdade” do Kardian. “Bora falar deste carro”, convoca. Lá vem “ferro quente” em cima do pobre Kardian, reduzido nas críticas a porcaria com rodas. Enfim, um pseudo jornalismo que é somente desinformação. Qual o interesse em colocar o mediano Tera muito acima do Kardian? É desinformação, desconhecimento.
Então, baseado em alguns milhares de quilômetros rodados com o Kardian, aceito o desafio. Há uma primeira verdade “maiúscula”: o Kardian se sustenta sobre uma plataforma que hoje é uma das melhores do mundo, a RGMP — Renault Global Modular Platform. A RGMP é componente tecnológico fundamental para a excelente performance dinâmica do Kardian, que pode ser sentida pelo “corpo” do motorista.
O Kardian é “justo”, não no sentido da “justiça” ou lei, mas na percepção do motorista de que conduz um SUV de excepcional manobrabilidade. Que permite, por exemplo, manobras evasivas precisas, frenagens que não destabilizam o veículo. Que é impecável na manutenção da linha reta, enquanto a estabilidade lateral está acima da média.
O Kardian 2026 está um pouco mais rígido devido a novas regulagens nas suspensões, que, com curso menor, propiciam conforto de rodagem satisfatório, que privilegia, antes de mais nada, um rodar preciso e seguro. Mas há mais qualidades espalhadas pelos 4,12 metros de comprimento, 1,75 metros de largura, 1,54 metros de altura, com entre-eixos de 2,60m. São medidas concisas e precisas que contribuem para o comportamento ágil, seguro e confortável em trânsito urbano. Que mantém o conforto de marcha e performance veloz e segura em circuito rodoviário.
O teste do Kardian Iconic teve mais de 1.700 quilômetros rodados em rodovias pela região sul do Brasil. “Bora” escrever mais algumas “verdades” sobre o Kardian. Há refinamentos internos inseridos neste modelo 2026. Por exemplo, a inclusão de duas telas de 10 polegadas: uma para a leitura essencial ao motorista, com velocímetro e conta-giros configuráveis.
Apesar de todo avanço tecnológico incorporado a veículos de última geração, convém lembrar que o ultra visível velocímetro do Kardian é aquela “consciência externa” que está ali para conter os “ímpetos” dos motoristas.
No Kardian, o motor 1.0 turbo, com três cilindros, 125 cv e 22,4 kgfm de torque, induz a que os números graúdos do velocímetro corram rápido para cima. Portanto, é necessário “maneirar” para que a “habilitação” seja preservada. Em rodovia com velocidade permitida de 110 km/h, há folga de potência e torque é grande. A 110 por hora, os giros baixos propiciam redução significativa no consumo, que chega aos 14 km/l. É mais uma das “verdades” do Kardian: o veículo que preza o orçamento doméstico.
Convém destacar o sistema “multimídia” Digital Life, que permite conexões rápidas, com ou sem fio, com Android Auto e Apple CarPlay. Há agora maior nitidez nas imagens e sensibilidade ao toque, que facilita o manuseio. A Renault continua empenhada em que os motoristas aprimorem sua sensibilidade, sendo mais cooperativos com outros motoristas e que respeitem o meio ambiente.
O “eco scoring” pontua na tela central a performance do motorista com parâmetros como aceleração constante e equilibrada, frenagens suaves. O piloto de testes do CP não foi mal: na tela apareceu, ao final do trajeto rodoviário, 80 pontos ganhos num máximo de 100. Resultado de condução responsável. Mas que, segundo o “eco scoring”, podia ser mais vigorosa em trânsito urbano para retomar velocidade em ultrapassagens. É verdade.
Depois de mais de 600 quilômetros rodados num dia, o cansaço inevitável, na volta à cidade, “desconcentrou o piloto de testes”. Que realmente resolveu “ficar atrás” em velocidade muito reduzida. A inteligência artificial notou a “falta de ímpeto” e criticou. Tudo bem: fazer 80 pontos em 100, sem dúvida, deixou o profissional, com mais de 2 mil testes realizados em 25 anos, feliz.
Mais que felicidade profissional, o mais importante e necessário é contrariar as opiniões de imaturos e despreparados, que confundem jornalismo com balcão de negócios. Porque o portal colocou o Tera acima do Kardian, se este está abaixo na performance? A internet e seus milhões de “fakes” distorceu a noção ética.