Um presente de Natal
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Este ano, no último dia 11, ganhei o maior presente de Natal que um jornalista e cronista campeiro poderia esperar. Veio me visitar, acompanhada do pai, Tairo Grandi, a minha mais jovem leitora, a Beatriz Grandi, que agora tem 10 anos, mas lê as "Campereadas" desde os 5. Na verdade, a Bia não lia, ela corria todos os domingos até a caixa de correspondência de sua casa, em Guaporé, pegava o Correio do Povo e levava para o pai ler as histórias que tanto gosta. Isso eu já sabia, o Tairo havia me mandado um e-mail contando. Mas agora a Bia e o pai vieram pessoalmente conhecer o centenário prédio do jornal, me trouxeram presentes e a Bia escreveu à mão uma linda e emocionante cartinha, onde lembra os personagens e me pede para que escreva um livro infantil. Tiramos fotos na redação, a Bia deu entrevista e conheceu alguns colegas meus. Ela é uma graça de criança, feliz, muito educada, gosta de ler e escrever e já faz planos para o futuro.
A visita da Bia é dessas coisas que a gente guarda com todo carinho no escaninho mais secreto do coração. Ela representa os vários leitores jovens que tenho e comprova quer o regionalismo não é um gênero apenas para velhos. Tenho orgulho de ter leitores de todas as classes sociais, de todas as profissões, do campo e da cidade, de vários estados do país e, principalmente, de todas as idades. Na saída, a Bia ainda me fez uma pergunta: se um dos cachorrinhos das histórias ainda estava vivo. "Sim, claro", respondi, "bem velhinho mas ainda vivo". Sem dúvida, as pessoas e os animais que viram histórias não morrem nunca porque, como a amizade, a beleza, o prazer da leitura, como a arte, serão eternos.
Obrigado Bia, obrigado a você, obrigado ao amigos do Correio do Povo e a todos os leitores. De agora em diante, sempre que sentar na frente do computador, vou pensar em ti e contarei muitas histórias de bichos e de gente. Ah, e livro infantil já estou escrevendo. Porque quando leres, teus olhos estarão brilhando e eu apaziguado com este destino de escritor.