Homem responsável por ataque cibernético a provedor de internet é preso em Rio Grande
Suspeito integraria grupo criminoso que estaria por trás de outras dez invasões no Rio Grande do Sul
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A operação chamada de Bug Data, organizada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), prendeu nesta terça-feira em Rio Grande um homem responsável por um ataque cibernético a um provedor de internet de Uruguaiana, cidade da Fronteira Oeste. A ofensiva, realizada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações, cumpriu seis ordens judiciais em Rio Grande e Pelotas. Além da prisão do criminoso, que tem 24 anos, foram apreendidos celulares e equipamentos de informática, os quais foram analisados in loco pelo IGP.
O inquérito foi instaurado depois que o ataque criminoso indisponibilizou o serviço de um provedor de internet da cidade de Uruguaiana, ao sobrecarregar a largura banda do servidor ou usar seus recursos até o fim. Durante esse tipo de ação, conhecida como DDoS - "Distributed Denial of Service” ou “Negação de Serviço Distribuída" -, inúmeras solicitações são enviadas simultaneamente ao provedor, o que torna o serviço instável ou indisponível devido à intensidade do ataque. O resultado é que milhares de usuários do provedor vítima perdem o acesso ao serviço. Também vários danos podem ser constatados, como prejuízos financeiros e de saúde pública, uma vez que a ação indisponibiliza o acesso a dados relevantes que só poderiam ser verificados online.
No caso de Uruguaiana, após o primeiro ataque, o criminoso exigiu valores para cessar as investidas e forneceu contas para que a empresa depositasse o pagamento. Mais tarde, segundo as investigações, o suspeito transformou a quantia em criptoativos. Além do caso investigado, suspeita-se que o grupo criminoso do qual o suspeito faz parte esteja por trás de outros dez ataques a provedores de internet no Rio Grande do Sul, podendo, inclusive, ter repercussão em outros estados brasileiros.
Conforme o gerente do provedor da unidade de Uruguaiana, a equipe estava trabalhando no dia da ação quando chegou uma mensagem pelo WhatsApp da empresa, por volta das 15h, anunciando que haveria um ataque e que se não houvesse retorno até as 15h30min, derrubariam o link de internet do provedor, o que atingiria usuários que residem em Itaqui, Barra do Quaraí e Santana do Livramento. O anúncio estava acompanhado de um pedido de R$ 4,5 mil. No primeiro momento, a ameaça não foi considerada séria, mas na sequência, os clientes das seis cidades que recebem os serviços do provedor começaram a informar que estavam sem o acesso a internet. Conforme o gerente, em nenhum momento chegou a ser pago algum valor aos criminosos.
Os mandados são oriundos de um inquérito policial que apura delitos de extorsão, invasão de dispositivo informático e interrupção ou perturbação de serviço informático e telemático. A investida teve o apoio da 7ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (DPRI) de Rio Grande, do Instituto Geral de Perícias (IGP) e do Núcleo de Operações com Criptoativos, da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).