Caso Gabriel: secretário afirma que ocorrência "não reflete o que é a Brigada Militar"
Vanius Cesar Santarosa frisou que é preciso separar a atuação da guarnição investigada das demais
publicidade
A morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, após ser abordado por três policiais militares em São Gabriel, não reflete o que é a Brigada Militar. A garantia foi dada pelo secretário da Segurança Pública, Vanius Cesar Santarosa, na manhã desta segunda-feira durante entrevista coletiva à imprensa na sede da SSP, no bairro Tristeza, em Porto Alegre.
Estiveram presentes o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Claudio dos Santos Feoli, a diretora-geral do IGP, Heloísa Helena Kuser, e o chefe da Polícia Civil, delegado Fábio Motta Lopes, na divulgação do laudo pericial no qual apontou que a vítima morreu por hemorragia interna decorrente de um objeto contundente na coluna cervical e não por afogamento.
“Essa guarnição da Brigada Militar, que é alvo dessa investigação, adotou um procedimento que não está previsto nos manuais operacionais da BM. Essa ocorrência não reflete o que é BM. É preciso separar a atuação dessa guarnição das demais. A BM diariamente faz mais de 15 mil abordagens. Isso que aconteceu, o procedimento adotado por essa guarnição, não condiz aos excelentes serviços que a BM vem prestando aos quase 185 anos de existência”, frisou o secretário estadual da SSP. “
“Eu quero, em nome da SSP e do Governo do Estado, lamentar o desfecho desta ocorrência. Lamentamos muito o desfecho dessa ocorrência. “Como tenho dito desde os primeiros dias que envolvem o caso, que a investigação seria conduzida de uma forma rígida e transparente, para tanto, as investigações da Brigada Militar e da Polícia Civil estão sendo feitas de uma forma rígida, transparente...”, declarou. “Nos solidarizamos com a dor da família do Gabriel. Não há palavras que eu possa dizer que vai confortar o coração da família”, enfatizou.
“O resultado do laudo sobre a morte do jovem Gabriel nos causa muita indignação. Mais uma vez, meu abraço e solidariedade à família, em especial aos pais Anderson e Rosane. Não iremos tolerar este tipo de conduta”, postou o governador Ranolfo Vieira Júnior nas redes sociais.
Veja Também
- PMs investigados pela morte de jovem em São Gabriel devem ser excluídos da Brigada Militar
- Gabriel morreu por hemorragia interna provocada por objeto contundente, diz laudo
- Resultado do laudo da morte de Gabriel causa muita indignação, diz governador Ranolfo
“Não é algo que nos traga conforto, mas acho que deixa claro o quanto a instituição é séria, o quanto nós temos de compromisso com o povo gaúcho…Os nossos serviços são vocacionados à aplicar a lei e salvar vidas., mas nós somos 18 mil..Em 18 mil, por melhor que seja a nossa formação e nossos atos de preservação, manutenção de instrução...nós temos esse componente humano que existe em qualquer organização”, disse o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Claudio dos Santos Feoli.
“Infelizmente quando esse componente humano se manifesta desta forma, em dissonância com o que a instituição é vocacionada e que nossos procedimentos operacionais preveem, não nos resta outra alternativa senão extirpá-los dos nossos meios. Temos que excepcionalizar as condutas desses três policiais”, complementou o comandante-geral da BM. “Quando ocorre esse desvio de conduta, a instituição tem que ser clara dando um recado tanto interno quanto para a sociedade gaúcha”, salientou.
Na entrevista coletiva, o comandante-geral da BM fez questão de destacar o regramento da instituição para todo o efetivo. Ele considerou que o procedimento operacional padrão da BM traz até minúcias de como cada policial militar deve agir. “A revisão é constante, avaliando os procedimentos...”, lembrou.