RS registra aumento de feminicídios no primeiro semestre de 2022
No cenário acumulado desde janeiro, o Estado contabiliza 68 feminicídios, dez a mais que no primeiro semestre de 2021
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O Rio Grande do Sul registrou aumento de casos de feminicídio nos primeiros sete meses deste ano, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgados nesta segunda-feira. Os indicadores criminais de julho apontam aumento de feminicídios em relação ao mesmo mês do ano passado. O número de vítimas subiu 11,1%, de nove para dez.
Entre essas 10 mulheres assassinadas por motivo de gênero no mês, apenas três contavam com medida protetiva de urgência (MPU). No cenário acumulado desde janeiro, o Estado contabiliza 68 feminicídios, dez a mais que no primeiro semestre de 2021, o que representa uma alta de 17,2%.
Foto: Divulgação / SSP / CP
Entre os outros quatro indicadores de violência contra a mulher acompanhados pela SSP, além do feminicídio, a variação dos números em relação a igual período do ano passado, tanto em julho quanto no acumulado, foi de alta nas lesões corporais e de redução nos casos de ameaça e tentativa de feminicídio. Estupros subiram em julho, mas estão em queda no acumulado.
Foto: Divulgação / SSP / CP
Homicídios
Já entre os homicídios, o Rio Grande do Sul teve 120 vítimas em julho, 12,4% menos que as 137 do mesmo mês em 2021. No acumulado, o Estado soma 934 vítimas, o que representa queda de 2,8% frente às 961 dos sete meses do ano passado. A maior redução foi verificada no município de Viamão, na Região Metropolitana, onde os assassinatos baixaram de 44 entre janeiro a julho de 2021 para 22 no mesmo período deste ano.
Em Porto Alegre, em julho, os homicídios subiram de 24 no ano passado para 28 neste ano, um aumento de 16,7%. No acumulado, a Capital registra redução nos assassinatos, cuja soma caiu 1,2%, de 171 para 169.
Latrocínios
Os dados do Estado como um todo apontam redução de 90% nos latrocínios em julho, com 10 casos em 2021 e um neste ano. No acumulado de sete meses, o Rio Grande do Sul teve em 2022 nove casos de roubo com morte a menos que no ano anterior, passando de 39 para 30 ocorrências, uma redução de 23,1%.
Na Capital, foi registrado um latrocínio em julho de 2022, enquanto no mesmo mês do ano passado houve dois casos. Considerando a soma dos sete primeiros meses de 2021 e deste ano, os roubos com morte em Porto Alegre reduziram 60%, baixando de 10 para quatro no período.
Foto: Divulgação / SSP / CP
Roubo de veículos
Entre os crimes patrimoniais, que apresentam queda de forma geral com os resultados dos indicadores de julho, o roubo de veículos teve redução de 1,8%, passando de 326 ocorrências no sétimo mês de 2021 para 320 neste ano. No acumulado, esse tipo de crime também teve menos casos, somando 2.615 registros, frente aos 3.032 do mesmo período no ano anterior, uma baixa de 13,8%.
Em Porto Alegre, cidade que tem a maior frota veicular e concentra a maior parte dos delitos desse tipo no Estado, o quadro foi de queda em julho, com 109 roubos de veículos, 10 a menos que o verificado no mês em 2021. No acumulado, houve redução na Capital, que soma 1.011 casos desde janeiro, 15,1% menos que os 1.191 de igual período no ano passado.
Roubos a transporte coletivo, ataques a banco e abigeatos
Outro crime relacionado à circulação viária urbana, o roubo a transporte coletivo, considerando os delitos contra passageiros e motoristas de ônibus e lotações, reduziu em julho no Estado. Foram 86 casos em 2021 e 35 neste ano, queda de 59,3%. No semestre, os dados também apresentaram retração, de 673 ocorrências entre janeiro e julho do ano passado para 386 no mesmo período de 2022, uma diminuição de 42,6%.
Houve, em julho, o registro de dois ataques (furtos ou roubos) a banco no Rio Grande do Sul, uma queda de 50% em comparação com o mesmo mês em 2021. No acumulado desde janeiro, o Estado soma 16 ocorrências do tipo, 48,4% menos que as 31 registradas em igual período do ano anterior.
No meio rural, os crimes de abigeato (furto de gado) apresentam queda tanto no recorte de julho quanto no cenário do acumulado, em relação a iguais períodos do ano passado. No mês, o número desse tipo de delito, típico da zona rural, passou de 497 para 376, queda de 24,3%. A soma acumulada desde janeiro é de 2.657 ocorrências de abigeato, o que representa retração de 12,8% em relação às 3.048 registradas na primeira metade do ano passado.