"Deus conforte o coração de todos", diz Bolsonaro após morte de Bruno Araújo e Dom Phillips
Indigenista e jornalista britânico foram assassinados no Vale do Javari, na região amazônica
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O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais, nesta quinta-feira (16), para comentar os assassinatos do indigenista Bruno Araújo e do jornalista britânico Dom Phillips. "Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos", disse o chefe do Executivo.
▪️ A @funaioficial vem a público, com imenso pesar, lamentar o falecimento do servidor Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, que estavam desaparecidos após saírem em expedição no Vale do Javari (AM).
— Funai (@funaioficial) June 16, 2022
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Araújo e Phillips foram mortos no Vale do Javari, na região amazônica. Os restos mortais encontrados durante as buscas estavam a mais de 3 km do local do crime. Os corpos serão transportados de Atalaia do Norte, no Amazonas, para o Instituto de Criminalista da Polícia Federal, onde passarão por perícia – os resultados devem ser divulgados na próxima semana.
De acordo com a Polícia Federal, Amarildo dos Santos, conhecido como 'Pelado', um dos pescadores detidos, confessou ter matado Dom e Bruno, esquartejado os corpos e ateado fogo neles. O suspeito está preso com o também pescador Osoney da Costa, irmão dele. Os dois foram vistos por testemunhas perseguindo a lancha dos profissionais. O superintendente da PF, Eduardo Alexandre Fortes, afirmou que mais pessoas podem estar envolvidas no caso.
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O caso
O jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram em 5 de junho, enquanto realizavam entrevistas para a produção de um livro e reportagens sobre invasões das terras indígenas da região. Eles partiram rumo à cidade de Atalaia do Norte, mas não chegaram ao destino.
Com 8,5 milhões de hectares, a terra indígena fica no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru, e abriga ao menos 14 grupos isolados, a maior população indígena não contatada do mundo.
A área é a segunda maior terra indígena do país – atrás apenas da Yanomami, com 9,4 milhões de hectares – e tem acesso restrito, feito apenas por avião ou barco, já que a região não possui rodovias nem ferrovias próximas. O Vale do Javari é pressionado há anos pela atuação intensa de narcotraficantes, pescadores, garimpeiros e madeireiros ilegais que tentam expulsar povos tradicionais da região.