MPF irá investigar conduta de policiais envolvidos em operação Complexo da Penha
Incursão das polícias Militar e Rodoviária Federal na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio, deixou ao menos 21 mortos nesta terça
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O Ministério Público Federal anunciou a instauração de um procedimento para investigar as condutas dos policiais envolvidos na operação que já deixou ao menos 21 pessoas mortas na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, nesta terça-feira.
O MPF irá apurar as eventuais violações a dispositivos legais e as responsabilidades de agentes federais na ação, efetuada pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais), da Polícia Militar, e da Polícia Rodoviária Federal. A Procuradoria pediu, em caráter de urgência, que superintendentes da Polícia Federal e da PRF informem sobre o efetivo dos policiais envolvidos, da qualificação deles e cópias de suas fichas funcionais.
Além disso, o MPF solicitou o relatório final da ação, bem como informações sobre o cumprimento dos mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Criminal da Regional Madureira, com encaminhamento do número da ação penal e do inquérito policial.
O órgão afirmou que recebeu ofício da PRF informando sobre a realização da operação, que tinha objetivo de cumprir mandados de prisão e desarticular uma organização criminosa. No comunicado, o procurador da República Eduardo Benones ressaltou que, em fevereiro deste ano, uma operação com participação da PRF já havia deixado oito mortos no mesmo local. Para ele, as mortes de hoje, ocorridas menos de três meses depois da incursão referida, "não podem ser investigadas como se fossem simples saldo de operações policiais".
Ao menos 21 pessoas morreram durante operação
A ação iniciada nesta manhã já deixou 21 mortos. A polícia afirmou que ao menos 12 destes são suspeitos. Uma das vítimas é a cabeleireira Gabriele Ferreira da Cunha, de 41 anos, baleada dentro de casa, no complexo da Chatuba.
A Polícia Militar disse que a incursão tinha o objetivo de desarticular e prender lideranças do tráfico e demais organizações, que estariam abrigando criminosos de outros estados (como Alagoas, Bahia e Pará) e ordenando a morte de agentes de segurança pública.
Segundo a corporação, os agentes foram atacados por traficantes armados quando se preparavam para entrar na comunidade. Ainda de acordo com a PM, Gabriele estava fora da área da operação, que ainda segue em andamento.