Casal de facção criminosa tinha vida de luxo e coordenava distribuição de drogas no RS

Casal de facção criminosa tinha vida de luxo e coordenava distribuição de drogas no RS

Presa agora pelo Denarc, mulher recebia as ordens do companheiro que está no sistema carcerário

Correio do Povo

Policiais civis descobriram residência de alto padrão da dupla em Gravataí

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O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil intensificou as ações contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro de uma facção criminosa sediada na região do Vale do Rio dos Sinos. O alvo desta vez foi a mulher de um traficante preso em abril deste ano e atualmente recolhido na Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central). O apenado passava as ordens por telefone celular para a companheira de dentro da cela.

O casal ostentava vida de luxo em condomínio de alto padrão em Gravataí, sendo responsável pela distribuição de cerca de quatro toneladas de maconha por mês na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele tem 34 anos e ela possui 31 anos, ambos com extensa ficha de antecedentes criminais.

Além de morar em casa de alto padrão em condomínio de luxo, o casal tinha veículos de luxo, usava joias e roupas caras, visando demonstrar o grande poder financeiro da facção.

Na última sexta-feira, a equipe do delegado Alencar Carraro desencadeou a operação Viúva Negra. Houve o cumprimento de três mandados de busca e apreensão e outros três mandados de prisão preventiva em Gravataí e Porto Alegre.

Duas ordens judiciais de detenção foram direcionadas ao casal. O terceiro mandado foi para um gerente no esquema, que já está recolhido no sistema carcerário após ser capturado em dezembro do ano passado com 600 quilos de maconha.

Segundo o delegado Alencar Carraro, a investigação começou em setembro do ano passado com a prisão em flagrante de um dos entregadores de entorpecentes com 55 quilos de maconha em Gravataí.

Ao longo do trabalho investigativo, os agentes do Denarc recolheram mais de três toneladas de drogas, entre maconha, cocaína, crack e insumos, além de armamento, balanças de precisão, veículos e em torno de R$ 50 mil em dinheiro.

Um total de 13 prisões foram efetuadas no período, incluindo um vereador do município de Cachoeirinha. Um sítio nesta cidade era usado para o recebimento dos carregamentos de entorpecentes vindos da fronteira com o Paraguai.

A equipe do delegado Alencar Carraro apurou que o casal distribuía drogas em determinadas áreas da Capital e ainda em Cachoeirinha, Viamão, Canoas, São Leopoldo e Alvorada. Ela vinha do Mato Grosso do Sul e enviada por via rodoviária para o Rio Grande do Sul, através de caminhões e ocultas em cargas diversas e lícitas.

Na Região Metropolitana, os carregamentos de entorpecentes eram rapidamente encaminhados aos diversos revendedores de cada cidade, responsáveis por sua vez para abastecer os pontos de venda.

Conforme os agentes do Denarc, a mulher presa na operação Viúva Negra recebeu mais de R$ 7 mil indevidos do benefício Auxílio Emergencial, pago pelo governo federal em decorrência da Covid-19 e destinado às pessoas de baixa renda. O delegado Alencar Carraro afirmou que se trata de um deboche devido ao padrão de vida que possuía o casal.


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