Polícia Federal diz que vai investigar se Bolsonaro entrou nos EUA com cartão de vacina falso

Polícia Federal diz que vai investigar se Bolsonaro entrou nos EUA com cartão de vacina falso

Nesta quarta-feira, pessoas ligadas ao ex-presidente foram presas por suspeita de inserção de dados falsos no sistema do governo

R7

Assessor do presidente para assuntos internacionais e o deputado estadual Eduardo Bolsonaro comentaram a declaração de De Blasio

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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, afirmou nesta quinta-feira que a corporação vai investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou cartão de vacinação adulterado para entrar nos Estados Unidos.

"Há uma discussão sobre o uso do documento que em nada toca sobre os crimes dessa investigação. Mas, sabendo que foi usado esse documento, há a ocorrência de outros crimes, inclusive no estrangeiro", afirmou. Nessa quarta-feira, a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Entre os presos na ação estão o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e os seguranças do ex-presidente Sérgio Cordeiro e Max Guilherme.

A corporação apurou que os suspeitos viajaram para os Estados Unidos com documentos adulterados em dezembro do ano passado. Desde dezembro de 2021, a comprovação de vacinação com ao menos duas doses contra a Covid-19 é necessária para entrar nos EUA. O certificado deixará de ser cobrado no próximo dia 11.

Rodrigues afirmou que os investigados ainda não prestaram depoimento à Polícia Federal, e que a corporação está em contato com as defesas dos alvos da operação para marcar a data da oitiva. O diretor-geral da Polícia Federal também comentou que deve pedir o compartilhamento de informações do processo que apura a suposta fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Isso ocorre após o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros afirmar em mensagens anexadas ao inquérito saber quem mandou matar a vereadora e ativista Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes.

Segundo Passos, serão abertos tantos inquéritos quantos forem necessários para apurar os crimes identificados no processo. "É obrigação nossa a gente apurar todos os elementos, todos os fatos referentes a um objeto principal da investigação, assim como dos laterais que vão surgindo no curso do processo”, afirmou, em coletiva de imprensa junto com o ministro da Justiça, Flávio Dino.

O ministro também afirmou que a operação que investiga a suposta fraude pode ser fonte de provas de outros crimes. "Essa alusão ao caso Marielle mostra que muito provavelmente nós teremos múltiplos objetos de investigação a partir das apreensões realizadas. Isso não só pode como deve ser feito”, disse ministro. Desde fevereiro, a investigação do crime foi aberta à Polícia Federal. Até então, a investigação estava restrita à Polícia Civil do Rio de Janeiro.

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