Premiê da Grécia pede desculpas por acidente ferroviário em meio a novos protestos
Tragédia deixou 57 mortos
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O primeiro-ministro da Grécia, Kyriákos Mitsotákis, pediu desculpas aos familiares dos 57 mortos na pior tragédia ferroviária do país, onde novas manifestações terminaram em confrontos neste domingo. "Como primeiro-ministro, devo a todos, mas acima de tudo aos familiares das vítimas, desculpas", escreveu o líder em mensagem à nação, publicada no Facebook.
A colisão entre um trem de passageiros e um de carga na terça-feira perto de Lárissa (centro) gerou uma onda de protestos no país, denunciando um sistema ferroviário ultrapassado e uma série de descasos que levaram à tragédia. Milhares de manifestantes se reuniram neste domingo em frente ao Parlamento, em Atenas, em protestos convocados por estudantes, ferroviários e trabalhadores. Centenas de balões foram lançados ao céu, em homenagem às vítimas.
"O interesse pelos lucros e a falta de medidas para proteger os passageiros levaram à pior tragédia ferroviária do nosso país", disse à AFP Michalis Hasiotis, presidente de um sindicato de contadores. Segundo jornalistas da AFP, houve confrontos entre os manifestantes e a polícia, que acabou dispersando o protesto com gás lacrimogêneo.
Pouca experiência
O diretor da estação de Lárissa, apontado como responsável pela tragédia, deve comparecer neste domingo perante um juiz, depois de a audiência ter sido adiada no sábado. O homem de 59 anos admitiu sua responsabilidade na colisão entre os dois trens, que durante vários quilômetros percorreram a mesma via na linha Atenas-Tessalônica.
O homem, cuja identidade não foi revelada, teria recebido apenas um treinamento de 40 dias para trabalhar como diretor da estação. Segundo o jornal Kathimerini, a Justiça tenta esclarecer por que um inexperiente diretor ficou sem supervisão na estação por quatro dias de tráfego intenso devido ao feriado prolongado.
Segundo uma fonte judicial, a investigação pode "apresentar medidas judiciais, se necessário, contra membros da administração da companhia" ferroviária grega Hellenic Train. A empresa é acusada de várias negligências que levaram à colisão. Manifestantes escreveram a palavra "assassinos" em vermelho em sua sede em Atenas.
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A companhia se defendeu na noite de sábado e alegou que "esteve presente no local desde o primeiro momento" e que disponibilizou "uma central de atendimento (...) para prestar informações". A Hellenic Train também indicou que é responsável apenas pelo transporte de passageiros e mercadorias, mas que a gestão da rede, sua manutenção e modernização são de responsabilidade da estatal ferroviária OSE. Os representantes sindicais da companhia já haviam alertado para a situação há três semanas.