Rússia faz novos bombardeios na Ucrânia antes da reunião de emergência do G7

Rússia faz novos bombardeios na Ucrânia antes da reunião de emergência do G7

Serviços de emergência ucranianos informaram que pelo menos 19 pessoas foram mortas e 105 ficaram feridas

AFP

Forças russas lançaram mais de 80 mísseis em cidades ucranianas na segunda

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A Rússia disse nesta terça-feira que lançou novos bombardeios "maciços" na Ucrânia. A ofensiva ocorreu horas antes de uma reunião de emergência das potências do G7 para discutir a recente campanha de ataques da Rússia, que provocou indignação da comunidade internacional.

Autoridades da região de Lviv, no oeste da Ucrânia, disseram que pelo menos três mísseis russos atingiram a infraestrutura de energia, e o prefeito da capital regional de mesmo nome afirmou que cerca de um terço da cidade ficou sem energia. O Ministério da Defesa russo confirmou os ataques, explicando que usou armas de longo alcance de alta precisão e que "todos os objetivos foram atingidos".

No dia anterior, a Rússia realizou uma onda de ataques na Ucrânia, também em Kiev, que não era bombardeada desde o final de junho. Segundo a ONU, esses bombardeios "poderiam ter violado" a lei da guerra. As forças russas lançaram mais de 80 mísseis em cidades ucranianas na segunda-feira, de acordo com Kiev.

O presidente russo, Vladimir Putin, indicou que esses bombardeios "maciços" constituíram uma resposta ao ataque "terrorista" à ponte que liga o território russo à Crimeia (sul) e que, segundo o presidente, foi cometido por forças ucranianas.

Nesta terça-feira, os serviços de emergência ucranianos informaram que pelo menos 19 pessoas foram mortas e 105 ficaram feridas nos bombardeios. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky alertou Moscou que seu país "não pode ser intimidado" e seu ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que os ataques mostram que a Rússia está "desesperada" após uma série de reveses militares. Putin alertou que se houver novos ataques, as respostas serão "severas".

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"Paz justa"

Nesta terça-feira, o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, pediu que Rússia e Ucrânia estabeleçam um "cessar-fogo o mais rápido possível". Em entrevista transmitida na televisão, Cavusoglu também pediu uma "paz justa" baseada na integridade territorial da Ucrânia.

Em uma sessão da Assembleia Geral da ONU na segunda-feira para discutir a anexação de quatro regiões parcialmente ocupadas pela Rússia, o embaixador ucraniano Sergiy Kyslytsya chamou a Rússia de "Estado terrorista" e disse que sua própria família foi atacada na segunda-feira. "Infelizmente, é difícil pedir uma paz estável e saudável quando há uma ditadura instável e insana em seu bairro", declarou o diplomata.

Logo após a onda de bombardeios, o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, um dos poucos aliados do Kremlin, acusou Kiev de preparar um ataque ao seu país, acrescentando que a Rússia e Belarus, portanto, mobilizariam uma força conjunta, sem especificar onde. Mas nesta terça-feira, seu ministro da Defesa, Viktor Khrenin, esclareceu que o papel dessas tropas será "puramente defensivo".

"Determinação para ajudar"

Zelensky participará da reunião de terça-feira do G7 para discutir os ataques russos. O gabinete da primeira-ministra britânica, Liz Truss, indicou que a líder vai insistir em "pedir aos seus pares que mantenham o rumo".

Por sua vez, o porta-voz do governo alemão, Steff Hebestreit, declarou na segunda-feira que o chefe de governo Olof Scholz conversou com Zelensky e garantiu "a solidariedade da Alemanha e dos demais países do G7".

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Joe Biden, condenou duramente os ataques de segunda-feira, dizendo que eles "demonstram a brutalidade" da "guerra ilegal" de Putin. A Casa Branca disse que Biden conversou com Zelensky para lhe oferecer um "sistema avançado de defesa aérea". Para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, os ataques são uma "escalada inaceitável da guerra".

"Proteger nossos irmãos"

O representante russo na ONU não se referiu diretamente aos ataques com mísseis, mas defendeu a anexação das regiões ucranianas e garantiu que o objetivo é "proteger nossos irmãos e irmãs no leste da Ucrânia". Putin deve se reunir com o diretor da Organização Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, nesta terça-feira em São Petersburgo para discutir a gestão da usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, controlada pelas forças russas.

Na quinta-feira, o presidente russo se encontrará com seu colega turco Recep Tayyip Erdogan na capital do Cazaquistão, Astana, disse uma autoridade turca à AFP. A invasão russa da Ucrânia levou as potências ocidentais a emitir uma enxurrada de sanções econômicas contra Moscou, levando muitas empresas a se retirarem da Rússia.

Nesta terça-feira, a montadora japonesa Nissan anunciou que vendeu todos os seus ativos na Rússia para o Estado russo, um acordo que inclui uma fábrica da Nissan em São Petersburgo - paralisada desde março - e um centro de vendas e marketing em Moscou.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895