Biden diz que "Armagedom" nuclear volta a ameaçar o mundo
Presidente dos EUA lembrou Guerra Fria e Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (6) que o mundo está sob a ameaça de um "Armagedom" nuclear pela primeira vez desde a Guerra Fria. "Não enfrentamos um possível Armagedon desde Kennedy e a crise dos mísseis" de Cuba em 1962, disse Biden em um evento de arrecadação de fundos do Partido Democrata em Nova York.
O presidente russo, Vladimir Putin, "não está brincando" quando ameaça usar armas nucleares para continuar sua invasão da Ucrânia, segundo o presidente americano. Biden fez comentários inusitadamente fortes sobre os riscos representados pelas ameaças nucleares de Putin enquanto falava com apoiadores democratas na casa de James Murdoch, filho do magnata da mídia Rupert Murdoch, em Manhattan.
Biden fez referência ao desafio nuclear que a então União Soviética iniciou, ao instalar mísseis em Cuba, próximo ao território dos Estados Unidos. "Pela primeira vez desde a crise dos mísseis cubanos, temos uma ameaça direta do uso de armas nucleares, se de fato as coisas continuarem do jeito que estão."
Putin fez ameaças veladas sobre o uso de armas nucleares se considerar que as opções na Ucrânia estão esgotadas para conter a forte resistência de Kiev, que tem o apoio do Ocidente. Especialistas acreditam que ataques táticos com armas relativamente pequenas são possíveis. Mas Biden alertou que mesmo um ataque tático em uma área limitada pode desencadear um conflito maior. "Temos lá um cara que conheço muito bem", disse Biden, referindo-se a Putin. O mandatário russo "não está brincando quando fala sobre o uso potencial de armas nucleares táticas, armas químicas ou biológicas, porque seu exército é, digamos, significativamente menos capazes".
"No entanto, não acho que exista a possibilidade de uso fácil de uma arma tática nuclear sem resultar em um Armagedon", alertou Biden. "Estou tentando descobrir qual é a saída de Putin. Onde pode encontrar uma saída? Numa posição em que não só perderia prestígio, mas um poder significativo na Rússia?", acrescentou.