Acusado mais idoso de crimes nazistas é condenado a cinco anos de prisão

Acusado mais idoso de crimes nazistas é condenado a cinco anos de prisão

Schütz, de 101 anos, foi sentenciado por cumplicidade no assassinato de 3.518 prisioneiros entre 1942 e 1945

AFP

Schütz, de 101 anos, foi sentenciado por cumplicidade no assassinato de 3.518 prisioneiros entre 1942 e 1945

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Um tribunal alemão condenou nesta terça-feira Josef Schütz, de 101 anos, a pessoa mais idosa julgada por crimes nazistas, a cinco anos de prisão por cumplicidade no assassinato de milhares de pessoas quando era guarda em um campo de concentração.

Schütz, ex-suboficial, foi condenado por "cumplicidade" no assassinato de 3.518 prisioneiros entre 1942 e 1945 no campo de Sachsenhausen, ao norte de Berlim. "Senhor Schütz, você teve um papel ativo durante três anos no campo de concentração de Sachsenhausen, onde foi cúmplice de assassinatos em massa", disse o presidente do tribunal, Udo Lechtermann.

O magistrado afirmou que por sua presença no local, o acusado apoiou as ações praticadas no campo de concentração. "Todas as pessoas que queriam fugir do campo foram fuziladas. Portanto, qualquer guarda do campo participou ativamente dos assassinatos", disse o juiz.

No momento da leitura da sentença, que é superior aos três anos contemplados no direito alemão em casos de cumplicidade em assassinato, o acusado permaneceu impassível. "Estou preparado", afirmou Schütz horas antes, quando foi levado para a sala de audiências, em uma cadeira de rodas.

O advogado de defesa já havia anunciado que em caso de uma sentença muito dura, ele apresentaria recurso de apelação, o que atrasaria o cumprimento da sentença até o início de 2023. Dada a idade avançada e a saúde frágil do acusado, que compareceu em liberdade ao processo, é pouco provável que ele seja preso.

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Em nenhum momento das quase 30 audiências do caso, o réu expressou o menor sinal de arrependimento. Na segunda-feira, antes do fim do julgamento, ele voltou a negar qualquer responsabilidade. "Não sei por que estou aqui. Digo a verdade. Não tenho nada a ver com a polícia e o exército, tudo o que foi dito é falso", disse o acusado, com a voz trêmula.


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