Rússia anuncia mais retiradas de tropas da fronteira com a Ucrânia

Rússia anuncia mais retiradas de tropas da fronteira com a Ucrânia

Ocidente teme que governo de Putin invada país vizinho

AFP

Rússia nega intenção de invadir território ucraniano

publicidade

A Rússia anunciou nesta sexta-feira que iniciou a retirada de mais tanques da fronteira ucraniana e de aviões bombardeiros da anexada península da Crimeia, em um momento de grande tensão, no qual os países ocidentais temem um ataque à Ucrânia.

"Outro trem militar com soldados e material que pertence a unidades de tanques do exército do distrito militar do oeste retornou para suas bases permanentes" na região de Nizhny Novgorod, a mais de 1 mil quilômetros da Ucrânia, afirmou o ministério da Defesa russo em um comunicado.

Estas forças retornam a suas bases "depois de concluir um exercício de treinamento planejado". Um porta-voz da frota russa, citado pela agência Interfax, anunciou que 10 bombardeiros Su-24 estacionados na Crimeia deixaram a península anexada em 2014 e seguiram para bases na Rússia, com parte de um exercício militar.

O governo dos Estados Unidos afirma que a Rússia mobilizou mais de 150 mil soldados nas proximidades da fronteira com a Ucrânia, o que provoca o temor de uma invasão ao país.

Moscou nega qualquer projeto neste sentido e, desde terça-feira, anunciou uma série de retiradas de suas tropas, com imagens de trens repletos de material militar para provar, o que não foi suficiente para convencer o Ocidente.

Veja Também

Nesta sexta-feira, pouco antes do início de uma conferência anual de segurança na cidade de Munique, a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, afirmou que a Rússia está colocando em perigo os princípios da paz na Europa com "demandas da Guerra Fria".

"Com um envio sem precedentes de tropas para a fronteira com a Ucrânia e demandas da Guerra Fria, a Rússia desafia os princípios fundamentais da ordem de paz europeia", disse Baerbock em um comunicado, no qual pediu a Moscou "passos sérios para a desescalada".

Dezenas de autoridades e diplomatas de todo o mundo se reunirão na cidade do sul da Alemanha a partir desta sexta-feira para uma reunião de três dias sobre questões de defesa e segurança.

Entre os participantes estão a vice-presidente e o secretário de Estado americano, Kamala Harris e Antony Blinken, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A Rússia não aceitou o convite. "É uma pena que a Rússia não aproveite a oportunidade", disse Baerbock. "Usaremos Munique para enviar uma mensagem de unidade: estamos dispostos a um diálogo sério sobre a segurança de todos", afirmou Baerbock.

Mas também precisamos de passos sérios para a desescalada da Rússia... As declarações sobre a vontade de conversar devem ser respaldadas por ofertas reais para conversar. As declarações de retirada de tropas devem ser apoiadas por retiradas de tropas que possam ser verificadas", insistiu.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895