Alta de casos da ômicron deve provocar surgimento de novas variantes da Covid-19, diz OMS
Tedros Adhanom Ghebreyesu afirmou que é "enganosa" a narrativa de que a doença provocada pela ômicron seja leve
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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta terça-feira que a alta no número de casos de Covid-19, por conta da cepa Ômicron, torna provável que novos variantes do coronavírus surjam. Em coletiva à imprensa, Tedros Adhanom informou que na semana passada foram registrados mais de 18 milhões de casos da doença.
"O número de mortes permanece estável até o momento, mas nos preocupamos com o impacto que a ômicron está tendo em sistemas de saúde exaustos e sobrecarregados", afirmou. Tedros afirmou que "esta pandemia não está nem perto do fim" e que é "enganosa" a narrativa de que a doença provocada pela ômicron seja leve, ainda que na média seja menos grave.
O diretor reforçou sua preocupação especialmente com países onde a taxa de vacinação ainda é baixa. Tedros pontuou que, ainda que as vacinas tenham menor eficácia em prevenir a infecção e transmissão da ômicron em relação às variantes anteriores, ainda são "excepcionalmente boas em prevenir casos sérios da doença e mortes".
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Nenhum país está fora de perigo
Em 11 de janeiro, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) estimou que a disseminação da variante ômicron transformará a Covid-19 em uma doença endêmica com a qual a humanidade pode aprender a lidar. "À medida que a imunidade aumenta na população - e com a ômicron, haverá muita imunidade natural além da vacinação - avançaremos rapidamente para um cenário mais próximo da endemicidade", disse Marco Cavaleri, chefe da estratégia de vacinas da EMA, com sede em Amsterdam.
Na Suíça, o ministro da Saúde, Alain Berset, também estimou na semana passada que a variante ômicron poderia ser "o começo do fim" da pandemia.
Mas o chefe da OMS é muito mais cauteloso e mais uma vez ressaltou que a variante ômicron não é benigna. "Em alguns países, os casos de covid parecem ter atingido o pico, dando esperança de que o pior desta última onda já passou, mas nenhum país está fora de perigo ainda", disse ele a repórteres.