Merck pede autorização nos EUA para pílula contra Covid-19

Merck pede autorização nos EUA para pílula contra Covid-19

Medicamento foi criado para tratar a Covid-19 de grau leve a moderado e que possa avançar para estado grave

AFP

MSD pede autorização nos EUA para pílula anticovid-19

publicidade

O laboratório americano Merck Sharp & Dohme (MSD) anunciou, nesta segunda-feira (11), ter solicitado autorização de uso emergencial para seu medicamento via oral anticovid-19 nos Estados Unidos, um grande passo na busca de um simples comprimido para tratar a doença.

O MSD apresentou o pedido para molnupiravir, "um medicamento antiviral oral experimental, para o tratamento de Covid-19 de leve a moderada em adultos que estejam em risco de avançar para Covid-19 grave e/ou internação", disse a empresa, em um comunicado, acrescentando que trabalha "com agências reguladoras do mundo todo para submeter solicitações de uso emergencial, ou autorização de comercialização, nos próximos meses".

O pedido é feito a partir de resultados positivos do molnupiravir segundo análise parcial de um estudo em andamento, aponta o comunicado. Nessa análise, o medicamento reduziu o risco de hospitalização ou morte em aproximadamente 50%. Antecipando o aval para seu uso, a Merck diz que já está produzindo o medicamento e pretende garantir a elaboração do equivalente a 10 milhões de tratamentos com ele até o fim deste ano, planejando ainda manter a produção ao longo de 2022.

"O impacto extraordinário desta pandemia exige que avancemos com uma urgência sem precedentes", comentou Robert Davis, CEO e presidente do laboratório americano, em comentários no comunicado.

Wendy Holman, CEO da Ridgeback Biotherapeutics, parceira da MSD, considerou o pedido como "um passo fundamental para tornar o molnupiravir disponível para pessoas que podem se beneficiar de um medicamento antiviral oral que pode ser tomado em casa logo após o diagnóstico de Covid-19".

Ensaio Clínico

MSD e Ridgeback conduziram um ensaio clínico entre cerca de 770 pacientes, dos quais cerca de metade recebeu um tratamento de cinco dias da pílula, enquanto o restante recebeu placebo. Todos os pacientes tinham Covid-19, com sintomas que se desenvolveram nos cinco dias seguintes à designação para os respectivos grupos.

Dos pacientes que receberam molnupiravir, 7,3% foram hospitalizados, em comparação com 14,1% daqueles que receberam placebo, representando uma redução do risco relativo de cerca de 50%.

As empresas afirmaram que a eficácia é a mesma contra todas as variantes, inclusive a delta, e que o medicamento é seguro. Especialistas ressaltam, porém, que não é uma cura milagrosa e que deve complementar as vacinas, não substituí-las.

Os Estados Unidos já compraram 1,7 milhão desses tratamentos com molnupiravir prevendo sua aprovação, com opção de comprar mais, enquanto a agência global de saúde Unitaid informou que estava trabalhando com uma parceria chamada ACT-Accelerator para garantir o fornecimento para países de baixa e média renda.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895