Conversar com talibãs sobre retiradas não é reconhecê-los, diz Macron
Diálogo é necessário para realizar as evacuações no Afeganistão
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O presidente francês, Emmanuel Macron, disse neste domingo (29) que os diálogos que seu governo mantém com os talibãs sobre a retirada de franceses e pessoas em perigo no Afeganistão não significa um reconhecimento ao movimento radical islâmico como novo poder do país.
A França e outros países ocidentais revelaram nos últimos dois dias que mantêm diálogos com os talibãs sobre como evacuar pessoas depois da saída das tropas americanas e de outros países.
"Estamos realizando operações para as evacuações no Afeganistão. Os talibãs são os que detêm o poder. Devemos ter conversações do ponto de vista prático. Isso não significa que haverá reconhecimento", disse Macron à emissora de televisão TF1 durante sua visita ao Iraque.
"Pusemos condições", disse Macron, destacando que os talibãs devem respeitar o direito humanitário, autorizando a saída dos que podem ter asilo e também ter "uma linha muito clara" contra todos os movimentos terroristas. No campo dos direitos humanos, também devem "respeitar em particular a dignidade das mulheres", ressaltou.
A França retirou cerca de 3.000 pessoas do Afeganistão. Mas Macron disse que poderia haver ainda centenas ou milhares de pessoas que precisam ser retiradas pela França.