Ricos e corporações devem pagar parte justa, diz indicada ao Tesouro dos EUA
Janet Yellen afirmou que competitividade das empresas ficará assegurada, mas com impostos "um pouco mais altos"
publicidade
Indicada pelo presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden para assumir a secretaria do Tesouro, Janet Yellen deixou clara sua posição sobre uma eventual reforma tributária no país: é preciso buscar um sistema mais progressivo, com classes altas e grandes corporações pagando mais - o que a indicada chamou de "parte justa". Yellen é participante nesta terça-feira de sessão no Comitê de Finanças do Senado americano que votará sua indicação ao cargo.
"Nós vamos assegurar a competitividade das empresas, mas com impostos um pouco mais altos", declarou a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Ainda assim, a indicada como próxima secretária do Tesouro garantiu que não haverá reversão completa dos cortes de impostos promovidos pelo presidente Donald Trump em 2017.
A elevação de tributos para grandes empresas e classes altas já é algo esperado para governo de Biden, favorável também a regulações no setor de tecnologia e serviços de comunicação.
Para além de corrigir distorções no sistema como um todo, a reforma tributária a ser apresentada pelo democrata pretende reverter desonerações fiscais da administração Trump que aumentaram o déficit público americano, hoje em trajetória ascendente. Na visão do governo eleito, as medidas tiveram pouco efeito prático em estimular a economia dos EUA.
Críticas a programa do Fed
Janet Yellen fez críticas nesta terça-feira ao Main Street, programa de empréstimos voltado a pequenas empresas criado pelo Federal Reserve para atenuar os efeitos da crise econômica trazida pela pandemia de Covid-19. "Não foi muito eficaz no auge da crise. Então, essa é uma área importante para avançarmos e garantirmos que o capital esteja disponível para as empresas. Assim, vamos criar empregos e prosperar", afirmou.
Por outro lado, Yellen afirmou que grandes empresas, com acesso ao mercado de capitais, não têm problemas para obter empréstimos durante a crise. "O nosso problema é com as empresas de pequeno e médio porte", avaliou.