Itália vai suspender voos com Reino Unido após descoberta da variante do coronavírus

Itália vai suspender voos com Reino Unido após descoberta da variante do coronavírus

Vários países europeus começaram, neste domingo, a proibir voos procedentes do solo britânico

AFP

Ministro Luigi Di Maio anunciou suspensão dos voos neste domingo

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Vários países europeus começaram, neste domingo, a proibir voos procedentes do Reino Unido, após a descoberta de uma variante mais contagiosa do coronavírus que circula "fora de controle" nesse país e diante da qual a OMS pediu para "reforçar os controles". Seguindo os passos da Holanda, onde a suspensão dos voos de passageiros procedentes do Reino Unido entrou em vigor neste domingo e será mantida até 1º de janeiro, Bélgica e Itália anunciaram que também suspenderão suas conexões aéreas britânicas.

"O Reino Unido lançou um alerta sobre uma nova forma de Covid-19 que seria o resultado de uma mutação do vírus. Como governo, temos o dever de proteger os italianos e, por essa razão, vamos assinar com o ministro da Saúde um decreto para suspender os voos com o Reino Unido", escreveu Di Maio em sua conta no Facebook, sem especificar quando esta medida entrará em vigor.

 

Il Regno Unito ha lanciato l’allarme su una nuova forma di Covid che sarebbe il risultato di una mutazione del...

Publicado por Luigi Di Maio em Domingo, 20 de dezembro de 2020

O governo alemão estuda "seriamente" fazer o mesmo com os voos procedentes do Reino Unido e África do Sul. Espanha, por sua vez, pediu uma resposta "coordenada" da Europa sobre esses voos. Essas medidas acontecem ao mesmo tempo em que um terço da população inglesa inicia um reconfinamento, devido a uma nova cepa do coronavírus que circula "fora de controle", segundo o ministro britânico da Saúde, Matt Hancock.

Diante desta nova cepa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu para "reforçar os controles" na Europa. Fora do território britânico, foram detectados vários casos na Dinamarca, um na Holanda e outro na Austrália, segundo a OMS, que recomendou aos seus membros "aumentar suas (capacidades de) sequenciamento" do vírus, afirmou uma porta-voz da OMS Europa.

70% mais contagiosa 

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson já havia explicado no sábado que Londres e o sudeste da Inglaterra voltariam a respeitar um confinamento rigoroso, às vésperas das festas natalinas, porque uma nova variante do vírus circulava muito mais rápido. Em declarações à Sky News, Hancock disse que a situação era "extremamente séria". "Será muito difícil controlá-la até que tenhamos distribuído a vacina", afirmou. "Teremos que lidar com isso durante os próximos dois meses".

Os cientistas descobriram esta variante em um paciente em setembro. Susan Hopkins, de Saúde Pública da Inglaterra (PHE), disse à Sky News que a agência avisou ao governo na sexta-feira, depois que os estudos revelaram a gravidade da nova cepa.

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A cientista confirmou os dados divulgados por Johnson, que estabelecem que esta variante pode ser 70% mais contagiosa. Desde a semana passada, a Europa é a região do mundo com mais mortes pela Covid-19, com mais de 514 mil óbitos desde o início da pandemia há quase um ano. Para evitar que o vírus se propague ainda mais durante as festas de Natal e Ano Novo, vários países impuseram novas restrições mais rigorosas.

Na Holanda está em vigor um confinamento de cinco semanas, e as escolas e comércios que não são essenciais permanecerão fechados até meados de janeiro.

Itália, um dos países mais afetados com mais de 68.400 mortes e quase dois milhões de casos, impôs novas medidas para as festas, entre 21 de dezembro e 6 de janeiro: só estará permitida uma saída ao ar livre diária por casa, não estará permitido viajar entre regiões e bares, restaurantes e lojas não essenciais estarão fechados.

Sem "pressa" no Brasil

No restante do planeta, o vírus continua se espalhando. No total, o coronavírus cobrou mais de 1,6 milhão de vidas em todo o mundo e infectou mais de 76 milhões de pessoas, de acordo com uma contagem da AFP neste domingo com base em fontes oficiais.

A Rússia superou os 50 mil mortos por Covid-19, segundo as autoridades de saúde, embora os especialistas acreditem que o número real é muito maior. Um ex-funcionário da agência estatística nacional russa, Alexéi Raksha, fala de 250 mil mortos.

No Chile, os novos casos confirmados aumentaram 22% na última semana, despertando preocupação no governo sobre um possível novo pico pandêmico. E em El Salvador, o governo pediu à população para cumprir com as medidas sanitárias para conter um aumento dos casos.

No Brasil, o segundo país do mundo com mais mortos (186.356) atrás dos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro não parece tão preocupado com o assunto. "A pandemia realmente está chegando ao fim. Os números têm mostrado isso aí. Estamos com uma pequena ascensão agora, o que se chama de pequeno repique; pode acontecer. Mas pressa para a vacina não se justifica, porque você mexe com a vida das pessoas", disse o presidente em uma entrevista com seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, no YouTube.

A maioria dos países aguardam impacientes o início das campanhas de vacinação, que se apresentam como a única forma de conter o vírus. Na União Europeia, começarão a partir de 27 de dezembro, seguindo os passos dos Estados Unidos e Reino Unido. Rússia e China também começaram a administrar vacinas em seu território produzidas em nível nacional.


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