Boris Johnson enfrenta rebelião parlamentar sobre medidas contra o novo coronavírus
Integrantes do Partido Conservador ameaçam votar contra o novo sistema de distanciamento
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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, enfrenta nesta terça-feira uma rebelião de deputados de seu próprio campo conservador, contrários às novas restrições locais previstas na Inglaterra contra o coronavírus quando o país deixar o confinamento na quarta-feira. Alarmados com o impacto das medidas em uma economia já debilitada, dezenas de parlamentares do Partido Conservador ameaçam votar contra o novo sistema local que deve entrar em vigor após o fim do confinamento no dia 2 de dezembro.
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Apesar de a rebelião minar sua autoridade, o primeiro-ministro parece ter garantida a vitória na votação prevista para a noite na Câmara dos Comuns graças à abstenção anunciada pelo opositor Partido Trabalhista.
Principal força da oposição, os trabalhistas, que até o momento sempre apoiaram as medidas de restrição para combater a Covid-19, devem abster-se pela primeira vez desde o início da pandemia com a exigência de mais ajudas financeiras a estabelecimentos comerciais, como bares e restaurantes, que deverão permanecer fechados nas zonas de alerta "muito elevado", o maior nível em um sistema de três faixas.
Com base no sistema, quase 99% dos 56 milhões de habitantes da Inglaterra continuarão vivendo em níveis de alerta "elevado" ou "muito elevado", com restrições que incluem a proibição de encontros com parentes e amigos em locais fechados.
Em uma tentativa de apaziguar os deputados conservadores descontentes, o Executivo publicou na segunda-feira um estudo sobre o impacto das novas medidas que, segundo a imprensa britânica, não convenceu muitas pessoas. O estudo reconhece que as restrições terão "custos significativos" para a economia, mas destaca que perder o controle do vírus seria "muito pior".
"Todos conhecemos muito bem o impacto da pandemia na economia", afirmou o ministro de Estado, Michael Gove, à BBC, após a falência do grupo têxtil Arcadia, que emprega 13.000 pessoas, após a queda da demanda. "Mas qual seria o efeito na economia se o sistema de saúde público entrasse em colapso?", questionou. O Reino Unido é o país mais afetado da Europa pelo coronavírus, com quase 58.500 mortes confirmadas.
O governo britânico e os Executivos regionais da Escócia, Gales e Irlanda do Norte, que decidem as próprias políticas de saúde, concordaram em permitir uma "trégua de Natal", na qual o máximo de três famílias podem se reunir entre 23 e 27 de dezembro.