Europa se prepara para novas restrições ante uma pandemia que não cede
Angela Merkel deseja impor novas restrições na Alemanha
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Diversos países europeus, como Alemanha e França, finalizam as medidas para tentar frear o preocupante avanço dos contágios e evitar os momentos mais duros da primeira onda da pandemia do novo coronavírus. A Covid-19 já provocou pelo menos 1,08 milhão de mortes no mundo e 38,2 milhões de contágios.
Com mais 244.000 vítimas fatais e 6,7 milhões de casos, a Europa é a região do mundo em que a epidemia avançou mais durante a semana passada, dados que provavelmente serão repetidos na semana em curso.
Alemanha
Nesta quarta-feira (14), foi anunciado que a chanceler Angela Merkel deseja impor novas restrições na Alemanha. Entre as medidas, estão a ampliação do uso obrigatório de máscara, ou antecipar o horário de fechamento de bares e restaurantes nas zonas onde a taxa de contágio alcançar 35 casos para cada 100.000 pessoas durante sete dias consecutivos, em vez de 50 por 100.000, como prevalece atualmente.
A Alemanha anunciou 5.132 novos contágios declarados em 24 horas, o que representa o maior aumento em apenas um dia em seis meses, segundo o Instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch. O governo destaca que os números podem melhorar com "determinação e vontade da sociedade em seu conjunto".
Espanha
Na Espanha, bares e restaurantes da Catalunha permanecerão fechados por pelo menos 15 dias, a partir da noite de quinta-feira, para frear o avanço da pandemia de covid-19. "É uma medida dolorosa, mas necessária", afirmou em um discurso o presidente regional encarregado, Pere Aragonés.
A Catalunha se une, assim, a outras regiões - como Madri, Andaluzia, Navarra e Galícia -, que decretaram medidas para combater o aumento dos contágios. A Espanha registra um balanço de 33.000 mortes provocadas pela covid-19.
França
Na França, o presidente Emmanuel Macron discursará sobre a situação do país e, provavelmente, anunciará novas medidas nesta quarta-feira à noite. O país tem 1.633 pessoas em UTIs, com assistência respiratória, devido à covid-19. A capacidade nacional é de 5.000 leitos. A França registrou, até agora, 33.000 mortes provocadas pelo novo coronavírus.
Irlanda do Norte
Hoje, o governo autônomo da Irlanda do Norte anunciou as restrições mais duras impostas atualmente em todo Reino Unido contra o coronavírus, em meio a uma maior pressão sobre o primeiro-ministro Boris Johnson para que adote medidas similares na Inglaterra. "É preciso uma intervenção urgente para interromper a propagação do vírus e evitar o agravamento da situação", afirmou a chefe do Governo norte-irlandês, Arlene Foster.
O país vai restringir o horário de funcionamento de bares e restaurantes, limitará as reuniões, determinará o fechamento de salões de beleza e adotará novas normas para os supermercados. Além disso, o governo pediu o retorno do trabalho remoto e do ensino a distância. Com 1,9 milhão de habitantes, a Irlanda do Norte registrou mais de 800 novos casos diários na última semana.
Vaticano
Nesta quarta-feira, o papa Francisco também evitou o contato próximo com os fiéis. "Perdoem-me se os saúdo de longe, mas acho que, se todos nós, como bons cidadãos, respeitarmos as prescrições das autoridades, isso contribuirá para pôr fim a esta pandemia", declarou o papa ao final de sua audiência geral no Vaticano.
Nos Estados Unidos, país mais afetado pelo coronavírus, com quase 216.000 vítimas fatais da Covid-19, prossegue a campanha presidencial para as eleições de 3 de novembro. Apesar do terrível balanço do país e de ter sido infectado pelo vírus, o tema foi mencionado apenas de passagem em um comício do presidente Donald Trump terça-feira, na Pensilvânia. "Vamos esmagar o vírus em breve", prometeu.
América Latina
Na Guatemala, o governo decretou o fechamento dos cemitérios de 31 de outubro a 2 de novembro, datas em que milhares de pessoas homenageiam seus parentes falecidos, para evitar contágios.
Um grupo de cientistas destacou nesta quarta-feira que as restrições motivadas pela pandemia provocaram uma queda inédita das emissões de CO2 no primeiro semestre de 2020, superior inclusive às registradas durante a crise financeira de 2008 e a Segunda Guerra Mundial. Apontaram, porém, que as emissões voltaram aos níveis habituais em julho, quando muitos países flexibilizaram as restrições.