Zelensky chega aos EUA em última tentativa para desbloquear fundos para guerra
Renovação de fundos do país que auxiliam o esforço de guerra ucraniano foi bloqueada por congressistas conservadores no mês passado
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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, chegou, nesta segunda-feira, 11, a Washington, em uma última tentativa para conseguir a renovação da ajuda financeira e militar dos Estados Unidos à Ucrânia prometida por seu contraparte, Joe Biden, e bloqueada pelos republicanos no Congresso.
Após passar o fim de semana na Argentina para a posse do ultraliberal Javier Milei, Zelensky chegou à capital americana nesta segunda-feira e tem previsto de imediato um discurso na Universidade de Defesa Nacional, ao lado do secretário de Defesa, Lloyd Austin, segundo o Pentágono.
Os Estados Unidos são o principal aliado militar de Kiev na guerra iniciada depois da invasão russa, mas o apoio de Washington está em perigo depois que o Congresso bloqueou um pacote de 106 bilhões de dólares em ajuda de emergência destinada principalmente à Ucrânia e a Israel.
Reuniões com Biden e líderes do Congresso
No entanto, o principal dia de sua visita a Washington será a terça-feira.
Zelensky se reunirá com os líderes democrata e republicano do Senado, Chuck Schumer e Mitch McConnell, respectivamente, assim como com o novo presidente da Câmara de Representantes (baixa), o republicano Mike Johnson.
A renovação dos fundos em questão, que poderiam se esgotar nas próximas semanas, foi bloqueada pelos congressistas conservadores, que condicionavam o pacote de ajuda à aprovação de reformas para frear a entrada ilegal de imigrantes na fronteira com o México e que foram rejeitadas pelos democratas.
O governante ucraniano se reunirá também com Biden na Casa Branca.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que a visita de Zelensky "destaca o compromisso inabalável dos Estados Unidos" com a Ucrânia, que, em fevereiro, entrará em seu terceiro ano de combate contra a invasão lançada pela Rússia no início de 2022.
Ao longo do conflito, que devastou regiões inteiras da Ucrânia e deslocou milhares de seus lares, as forças ucranianas se apoiaram firmemente na bilionária ajuda militar que uma coalizão de países ocidentais liderada pelos EUA estava lhe proporcionando, tanto em munições, armamento, assim como assistência econômica e social.
Esse bloqueio do pacote especial foi um forte revés para Biden, que havia instado os legisladores a aprová-lo, advertindo que o presidente russo, Vladimir Putin, não pararia com a vitória na Ucrânia e poderia, até mesmo, atacar uma nação membro da Otan.
Momento-chave
"Isso não pode esperar", disse Biden em um discurso televisionado na Casa Branca na semana passada.
"Francamente, acredito que é impressionante que tenhamos chegado a esse ponto em primeiro lugar, em que os republicanos no Congresso estão dispostos a dar a Putin o maior presente que ele podia esperar", acrescentou Biden.
No início de dezembro, Putin assinou um decreto para aumentar as forças russas em 15 por cento a fim de apoiar a invasão da Ucrânia, aumentando o Exército em 170.000 homens.
Recentemente, Moscou deu leves sinais sobre um possível acordo de paz, embora ele envolva uma Ucrânia reduzida e neutra, algo impossível de aceitar para Zelensky.
A ala mais conservadora do Partido Republicano, liderada pelo ex-presidente (2017-2021) e candidato às eleições de 2024, Donald Trump, rejeita taxativamente renovar a ajuda à Ucrânia.
"O melhor para os interesses dos Estados Unidos é aceitar que a Ucrânia terá que ceder algum território aos russos e temos que levar a guerra a um final", disse, no domingo, o senador JD Vance, um aliado próximo de Trump.