Guiana tem 4,1 mil soldados para se defender de 140 mil militares da Venezuela em caso de guerra

Guiana tem 4,1 mil soldados para se defender de 140 mil militares da Venezuela em caso de guerra

Nicolás Maduro realizou referendo sobre a anexação de 75% do território vizinho

Correio do Povo

Território de Essequibo é centro da disputa

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A Guiana se tornou o foco das atenções na América do Sul após a Venezuela realizar um referendo, no último domingo (3), para a população opinar sobre a anexação de quase 75% do país vizinho. A situação fez países da região, como o Brasil, e potências, como os EUA, acompanharem de perto os desdobramentos. Há receio de uma escalada militar. Apesar disso, uma solução diplomática e política é o caminho mais provável.

Em caso de uma disputa em um campo de batalha no meio da floresta amazônica, o Exército da Venezuela teria uma vantagem numérica inegável em comparação com as Forças Armadas da Guiana, segundo informações do site R7. 

A Venezuela tem cerca de 140 mil militares na ativa, somando o contingente do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, segundo o relatório Global Firepower 2023. Há ainda mais 30 mil que estão na reserva. Por outro lado, a Guiana tem apenas 4.150 soldados espalhados por bases militares no país, conforme dado oficial divulgado pelas Forças Armadas.

O Exército de Maduro é quase 40 vezes maior do que o da Guiana. As Forças Armadas venezuelanas aparecem na 52ª posição no ranking da Global Firepower 2023 das maiores forças militares do globo. Já as tropas da Guiana não são nem listadas. Essa diferença é esperada até mesmo pelo tamanho da população dos países. A Venezuela tem 28 milhões de habitantes, e a Guiana tem apenas 125 mil pessoas em seu território.

Resultado do referendo 

As urnas revelaram que 95% dos eleitores venezuelanos concordam com a ampliação da fronteira do país. Apesar do resultado, não há indicativo de que o mapa da América do Sul será alterado, já que o referendo tem caráter consultivo.

Maduro argumenta que o rio Essequibo deve ser considerado a fronteira natural entre os dois territórios, como era em 1777, quando era Capitania Geral do Império Espanhol. A Venezuela apela ao Acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido. O tratado estabeleceu as bases para uma solução negociada e anulou uma decisão de 1899 que definiu os limites atuais.

A Guiana, no entanto, defende o laudo de 1899 e pede à CIJ (Corte Internacional de Justiça) que ele seja ratificado. Maduro pediu, na segunda-feira (4), "um acordo diplomático, justo, satisfatório para as partes e amistoso". O líder venezuelano também acusa os Estados Unidos de intervirem na disputa para favorecer o gigante do petróleo ExxonMobil, que iniciou a exploração, junto com o governo guianense, de vastas jazidas de petróleo descobertas em 2015 em águas a delimitar.

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A Guiana mantém uma posição "vigilante" após o referendo, disse à AFP o ministro guianense das Relações Exteriores, Hugh Todd. "Embora não acreditemos que ele [Nicolás Maduro] vá ordenar uma invasão, temos que ser realistas sobre o ambiente na Venezuela e o fato de que o presidente Maduro pode fazer algo que seja muito imprevisível", acrescentou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reforçou as tropas brasileiras na fronteira, disse no domingo (3) que espera que "o bom senso prevaleça" nessa disputa e ressaltou que a região não precisa de confusão.


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