Milei nomeia conservadora Bullrich como ministra da Segurança
Política ficou em terceiro lugar nas eleições da Argentina
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O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, nomeou como ministra da Segurança a conservadora Patricia Bullrich, sua rival no primeiro turno presidencial de outubro, que lhe deu um apoio crucial para a vitória no segundo turno, em novembro.
O anúncio da nomeação de Bullrich foi confirmado nesta sexta-feira (1º) em comunicado do escritório do presidente eleito. "Me comprometi com cada um de vocês a alcançar a mudança profunda que a sociedade nos exige, e travarei essa batalha do lugar que me cabe hoje", reagiu Bullrich em sua conta no X (ex-Twitter).
"A Argentina precisa de ordem. Seremos implacáveis contra o crime e travaremos uma luta sem tréguas contra o narcotráfico. É simples: quem faz, paga", destacou. Líder da coalizão Juntos pela Mudança, Bullrich ficou em terceiro no primeiro turno presidencial, com 24% dos votos. O ministro da Economia peronista, Sergio Massa, liderou a eleição (36%), e Milei ficou em segundo (30%).
Após a derrota, a ex-candidata decidiu apoiar Milei por conta própria, já que havia fortes disputas dentro do partido. Milei, um libertário ultraliberal que iniciou sua carreira política em 2021, venceu a presidência no segundo turno em 19 de novembro de forma contundente, obtendo 55% dos votos contra 44% de Massa. A posse do presidente eleito está marcada para 10 de dezembro.
Bullrich, de 67 anos, já havia sido ministra da Segurança durante o governo do direitista Mauricio Macri (2015-2019) e ministra do Trabalho no governo de Fernando de la Rúa (1999-2001). Politizada desde a adolescência, Bullrich militou na Juventude Peronista nos tumultuados anos 1970, durante a atividade da guerrilha Montoneros, e viveu alguns anos no exílio entre 1976 e 1983, na ditadura.
A história de sua família se entrelaça com a da Argentina. Seu bisavô, Honorio Pueyrredón, foi um destacado líder radical (social-democrata), e os Bullrich tiveram o leilão de gado mais importante de Buenos Aires no século XIX. Seu cunhado, Rodolfo Galimberti, foi um importante líder dos Montoneros. Ela tem um filho, e seu atual marido é o advogado Guillermo Yanco.