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Israel amplia operações terrestres em Gaza

Aviões de guerra atingiram 150 alvos subterrâneos no enclave palestino

Gaza segue sobre intensa ofensiva de Israel
Gaza segue sobre intensa ofensiva de Israel Foto por: MOHAMMED ABED / AFP

As forças terrestres israelenses ampliaram a ofensiva em Gaza. Segundo o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, infantaria e artilharia estão tomando partes das ações na região. "As forças estão na frente de batalha e continuam lutando", disse, segundo a rede de TV CNN. 

Entretanto, segundo a emissora, não parece que uma grande ofensiva com objetivo de conquista e manter grande parte do território esteja em andamento. 

Israel informou que seus aviões de guerra atingiram 150 alvos subterrâneos em Gaza, e que teria matado vários integrantes do Hamas.  Entre os mortos estaria Asem Abu Rakaba, responsável pelos recursos do grupo e um dos idealizadores dos ataques de 7 de outubro. 

Neste sábado, o Ministério da Saúde do Hamas anunciou que 7.703 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra com Israel.

Segundo a pasta, mais de 3.500 crianças estão entre as mortes registradas desde o início da guerra, em 7 de outubro. 

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Violentos combates

As brigadas Ezzedine al-Qassam, braço armado do Hamas, informaram que travava violentos combates contra tropas israelenses dentro da Faixa de Gaza, após a ampliação da ofensiva israelense.

"Estamos enfrentando uma incursão terrestre israelense em Beit Hanoun [norte da Faixa de Gaza] e no leste de Barueij [centro] e há confrontos violentos no terreno", informaram, em um comunicado.

A comunidade internacional manifestou preocupação pela situação humanitária no território, bombardeado e assediado por Israel em resposta ao ataque letal lançado dali pelo Hamas em 7 de outubro.

A Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que pede uma "trégua humanitária imediata", enquanto Israel considerou essa resolução uma "infâmia".

O Hamas, que havia pedido à comunidade internacional que se mobilizasse "para que cessem os crimes e os massacres" israelenses, comemorou a resolução.

Já os Estados Unidos se manifestaram a favor de uma "pausa humanitária" para deixar entrar ajuda em Gaza.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu que, "sem uma mudança fundamental da situação, a população de Gaza sofrerá uma avalanche de sofrimento humano sem precedentes".

A guerra começou em 7 de outubro com a incursão de combatentes do Hamas que, segundo Israel, mataram mais de 1.400 pessoas no sul do país, em sua maioria civis, e sequestraram mais de 220, que foram levadas como reféns a Gaza.

Em represália, Israel desencadeou uma campanha de bombardeios incessantes, que, segundo o Hamas, deixaram mais de 7.300 mortos, entre eles mais de 3.000 crianças.

Além disso, o grupo islamista afirmou que "cerca de 50" reféns morreram em bombardeios israelenses.

Israel também impôs um cerco praticamente total a esse território de 362 km² e mais de 2,3 milhões de habitantes.

Israel intensifica os bombardeios

O Exército israelense indicou que aumentou os bombardeios "de maneira muito significativa".

Os bombardeios se concentraram particularmente na Cidade de Gaza, ao norte da Faixa, segundo vídeos da AFP.

O Hamas afirmou também que Israel "cortou as comunicações e a maior parte da internet", "para cometer massacres com bombardeios de represália por ar, terra e mar".

Milhares de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira na Cisjordânia ocupada e em vários países árabes em apoio aos palestinos de Gaza.

Equipe da Cruz Vermelha

Nessa sexta, uma equipe da Cruz Vermelha entrou pela primeira vez na Faixa de Gaza desde o início da guerra. Seis médicos acompanhados de seis caminhões de ajuda ingressaram no território, indicou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Desde 21 de outubro, algo em torno de 70 caminhões entraram na Faixa vindos do Egito, indicou na quinta-feira o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Essa quantidade, no entanto, é considerada insuficiente pela organização, que reivindica especialmente combustível para fazer a infraestrutura de saúde funcionar.

Antes do "cerco total" imposto por Israel em 9 de outubro, cerca de 500 caminhões chegavam à Faixa diariamente.

"Muitos mais vão morrer em breve por consequência do cerco imposto à Faixa de Gaza" por Israel, afirmou Philippe Lazzarini, comissário-geral da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA).

Escalada regional

A guerra despertou temores de uma conflagração regional. O Irã, um poderoso apoiador do Hamas, lançou várias advertências aos Estados Unidos, aliado incondicional de Israel.

A tensão também está aumentando na Cisjordânia ocupada, assim como na fronteira norte de Israel com o Líbano, onde ocorrem diariamente trocas de disparos entre o movimento Hezbollah, aliado do Hamas, e o Exército israelense.