Comissão eleitoral declara Erdogan vencedor do segundo turno na Turquia

Comissão eleitoral declara Erdogan vencedor do segundo turno na Turquia

Após a apuração de 99,7% dos votos, Erdogan tinha 52,1% dos votos, contra 47,9% para o rival social-democrata Kemal Kiliçdaroglu

AFP

Após a apuração de 99,7% dos votos, Erdogan tinha 52,1% dos votos, contra 47,9% para o rival social-democrata Kemal Kiliçdaroglu

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O chefe da comissão eleitoral da Turquia declarou neste domingo o atual presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, vencedor do segundo turno das eleições presidenciais, um resultado que estenderá seu mandato até 2028.

"Com base em resultados provisórios, determinou-se que Recep Tayyip Erdogan foi eleito presidente", disse o chefe da comissão eleitoral, Ahmet Yener, segundo a agência de notícias estatal Anadolu. O resultado definitivo deve sair ainda no começo da semana.

"Nossa nação nos confiou a responsabilidade de governar o país pelos próximos cinco anos", disse Erdogan a apoiadores do alto de um ônibus em seu distrito natal, Istambul.

Após a apuração de 99,7% dos votos, segundo a agência oficial Anadolu, Erdogan, que lidera o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islâmico-conservador), tinha 52,1% dos votos, contra 47,9% para o rival social-democrata Kemal Kiliçdaroglu.

Os resultados confirmam as previsões para o segundo turno, ao qual o presidente chegou como favorito, apesar do desejo de mudança de parte do eleitorado, da inflação galopante e das denúncias de restrições das liberdades, em um país onde há dezenas de milhares de opositores presos ou exilados. Pela primeira vez na história da Turquia, houve segundo turno.

"Chegou o momento de deixar de lado as disputas da campanha eleitoral e de alcançar a união e solidariedade em torno dos nossos sonhos como nação", declarou o presidente a apoiadores reunidos em frente ao palácio presidencial, em Ancara, após a confirmação da sua vitória.

Também houve manifestações espontâneas para comemorar a vitória do presidente em outras cidades, especialmente na região da Anatólia, centro do país.

"Erdogan soube jogar a carta do nacionalismo com habilidade, enquanto a oposição não soube propor uma alternativa confiável", explicou o pesquisador Galip Dalay, associado ao Middle East Council on Global Affairs.

O opositor derrotado, Kemal Kiliçdaroglu, expressou tristeza pelo futuro do país. "Estou profundamente triste com as dificuldades que aguardam a Turquia", declarou o líder do principal partido da oposição, em discurso na sede de seu partido em Ancara.

O presidente russo, Vladimir Putin, parabenizou o colega Erdogan, que trabalhou em estreita colaboração com a Rússia em questões internacionais importantes, apesar de algumas divergências.

"Sua vitória é o resultado lógico do seu trabalho dedicado à frente da república turca, uma prova clara do apoio do povo turco aos seus esforços para fortalecer a soberania do Estado e seguir uma política externa independente", disse Putin, em declarações publicadas no site do Kremlin.

A Turquia tem influência em questões-chave para Moscou, como a guerra na Síria, o confronto entre o Kremlin e a Otan e a ofensiva na Ucrânia. Ancara entregou drones a Kiev, mas não se somou às sanções contra a Rússia.

A Turquia tornou-se, também, um importante centro de trânsito alternativo para as exportações russas, e fez a mediação entre a Ucrânia, o Ocidente e a Rússia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também parabenizou Erdogan. "Esperamos um fortalecimento da cooperação para a segurança e estabilidade da Europa", tuitou. O mesmo fizeram outros líderes europeus, como o presidente francês, o chanceler alemão e o premier britânico, e autoridades latinas, como o presidente Lula e o venezuelano Nicolás Maduro.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tuitou: "Espero que continuemos trabalhando juntos como aliados na Otan em questões bilaterais e nos desafios globais compartilhados", sem mencionar a tensão recente na relação bilateral.


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