Sociedade de Pediatria critica proposta de obrigatoriedade das aulas presenciais no RS
Sugestão foi levada pelos gestores das escolas privadas ao Governo do Estado
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A proposta que torna obrigatória a adesão ao formato presencial nas escolas do Estado, enviada pelo Sindicato do Ensino Privado gaúcho (SINEPE/RS) ao Governo, é alvo de críticas entre os médicos. Nesta segunda-feira, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) emitiu uma nota onde questiona a medida, que ainda é analisada.
Segundo os profissionais, é preciso ter sensibilidade quanto às famílias das crianças que vivem junto a pessoas de grupos de risco da Covid-19. Além disso, aponta que a sugestão pode causar um impacto negativo no emocional das crianças e dos pais, que ainda têm medo dos riscos impostos pela retomada do convívio social.
Por outro lado, o pediatra Renato Santos Coelho, que faz parte do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da SPRS, alerta que a continuidade do ensino remoto representa riscos no ponto de vista clínico. Segundo o especialista, a prática aumenta a incidência de problemas como a depressão e a obesidade nos estudantes.
“O número de crianças, da metade do ano pra cá, que começaram a ter problemas de ordem emocional e comportamental aumentou muito. A ansiedade aumentou muito, distúrbios do sono, dificuldade de relacionamento. Tudo isso porque os pais passaram a assumir uma função que era terceirizada à escola”, afirma.
Outro fator que chamou a atenção da Sociedade de Pediatria no tema é o índice de transmissibilidade do coronavírus entre as crianças, que se mostrou menor do que o previsto. “A possibilidade de uma criança ter Covid-19 na forma grave é inferior a 1%. As outras infecções virais de inverno preocupam mais”, ressalta Coelho.
Para garantir a segurança na retomada das atividades presenciais do setor educacional, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul propõe que os professores e demais profissionais envolvidos no dia-a-dia acadêmico sejam priorizados na vacinação. A categoria também defende o rigor no cumprimento das regras sanitárias nas escolas.
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