Alckmin diz que não há razão para estresse do mercado com a PEC do estouro

Alckmin diz que não há razão para estresse do mercado com a PEC do estouro

Vice-presidente eleito defende medida que vai permitir ao futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva fugir do teto de gastos

R7

Alckmin diz que não há razão para estresse do mercado com a PEC do estouro

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O vice-presidente da República eleito, Geraldo Alckmin (PSB), disse nesta quinta-feira que não vê motivos para o mercado financeiro estar reagindo mal à proposta de emenda à Constituição (PEC) do estouro, que o governo eleito vai propor ao Congresso Nacional para liberar despesas fora do teto de gastos. Segundo ele, a medida é necessária, pois o orçamento previsto para o ano que vem é "inexequível".

"A reação do mercado é momentânea. Isso vai ser esclarecido e superado. Não há razão para estresse. Vejo com otimismo. O governo tem compromisso com a responsabilidade fiscal, mas isso não pode ser argumento para não atender ao social. As coisas não são incompatíveis", afirmou.

"O Orçamento do ano que vem é inexequível, não tem dinheiro para pagar o Bolsa Família. Como faz a Casa Verde e Amarela, o Minha Casa Minha Vida, se não tem recurso para obras? Não tem recurso para Farmácia Popular, para o tratamento do câncer. Existe a questão emergencial que é atender aos mais necessitados. A outra é o Brasil crescer", acrescentou Alckmin.

A PEC do estouro sugere deixar de fora do teto de gastos os recursos necessários para bancar o Auxílio Brasil, que voltará a ser chamado Bolsa Família, e uma série de medidas nas áreas de saúde, educação e investimentos sociais. Na proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) entregue pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Congresso, há a previsão de R$ 105 bilhões para pagar R$ 405 por família beneficiária do Auxílio Brasil, e não os atuais R$ 600.

Contudo, o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se comprometeu a manter o valor de R$ 600. Além disso, o petista garantiu que vai pagar um adicional de R$ 150 para cada criança de até 6 anos das famílias que recebem o benefício. O Auxílio Brasil como foi prometido por Lula deve ter um custo de R$ 175 bilhões. Para conseguir arcar com a promessa, a PEC elaborada pelo governo eleito sugere que o benefício social fique permanentemente fora do teto de gastos.

Com o Auxílio Brasil fora do teto de gastos, o montante de R$ 105 bilhões previsto para o programa seria remanejado para que Lula consiga honrar outras promessas de campanha, como recomposição para os programas Farmácia Popular e Merenda Escolar.

Além de retirar o Auxílio Brasil do teto, o texto da PEC abrirá um espaço fiscal a partir do excesso de arrecadação, com a possibilidade de 2% desse montante ser utilizado em investimento. Neste ano, estão previstos R$ 55 bilhões de excesso. Desse total, R$ 22 bilhões poderão ser usados. Atualmente, por causa do teto de gastos, esse excesso de arrecadação é usado para pagamento de dívidas. O risco de gastos acima do teto e a falta de controle fiscal fizeram o Ibovespa, índice que reúne as maiores empresas listadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira, perder R$ 215 bilhões em valor de mercado desde 28 de outubro.

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