Lula critica mercado por reagir mal a decisões da equipe de transição
Petista diz nunca ter visto um "mercado tão sensível"; ele defendeu ampliação dos gastos púbicos para pagar benefícios sociais
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O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou o comportamento do mercado financeiro do país após declarações dele nesta quinta-feira (10) em defesa da ampliação dos gastos púbicos para o pagamento de benefícios sociais.
"Nunca vi um mercado tão sensível. Estranho, porque ele não ficou tão sensível assim nos quatro anos do governo Bolsonaro", disse Lula nesta tarde, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede dos trabalhos da equipe de transição em Brasília.
Mais cedo, Lula questionou a existência do teto de gastos. "Por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gasto, é preciso fazer superávit, é preciso fazer teto de gasto?", comentou.
A fala de Lula sobre gastos púbicos ampliou o mau humor do mercado financeiro. A declaração fez o dólar disparar 3% e levou o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, abaixo dos 110 mil pontos pela primeira vez desde o fim de setembro.
Às 12h10, a moeda norte-americana disparava 2,81%, vendida a R$ 5,328. Já a Bolsa opera em queda de 2,89%, aos 110.300 mil pontos. Na mínima do dia, às 11h45, o índice acionário marcou 109.765 mil pontos. O dólar, por sua vez, chegou a R$ 5,358 também logo após a fala de Lula.