Órgão vinculado ao Senado critica PEC dos Benefícios por aumentos acima da inflação

Órgão vinculado ao Senado critica PEC dos Benefícios por aumentos acima da inflação

Instituição Fiscal Independente mostra impactos negativos com possível aprovação da PEC e questiona motivação para o auxílio

R7

Documento ainda questiona a destinação dos R$ 41 bilhões perto das eleições

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A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado, publicou nesta quarta-feira um relatório que aponta efeitos negativos da PEC dos Benefícios, o auxílio financeiro para caminhoneiros e taxistas que também amplia os valores do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás.

Os economistas avaliam que o texto fragiliza a regra do teto de gastos e reduz a confiança na disciplina fiscal, além de propor aumentos maiores do que a inflação. O documento ainda questiona a destinação dos R$ 41 bilhões perto das eleições.

A IFI reconhece na nota que não há como negar o impacto da inflação na população, o aumento no preço dos combustíveis e a pressão econômica que surgiu após o conflito entre Rússia e Ucrânia. Porém, o órgão questiona a proposta em tramitação na Câmara dos Deputados.

"O adicional extraordinário de R$ 200 no Auxílio Brasil equivaleria a um aumento de cerca de 50% no valor atual do benefício, enquanto a inflação medida pelo INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor], em doze meses até maio de 2022, é de 11,9%. Se o objetivo é atenuar o efeito da inflação, o que justifica um reajuste tão mais expressivo que o aumento de preços observado no período recente?", questiona a nota.

Os economistas do IFI afirmam que a PEC dos Benefícios carece de estimativas e estudos que embasem o valor proposto. "A Proposta permite a ampliação de gastos já existentes e a criação de novas despesas no âmbito da União, dispensando o cumprimento das regras fiscais. Vale dizer que, mesmo estando a proposta limitada ao exercício de 2022, algumas medidas geram impactos para anos seguintes", ressaltam.

No caso do Auxílio Brasil, a PEC prevê que o programa passará dos atuais R$ 400 para R$ 600, o que deve representar um custo de R$ 26 bilhões. O projeto ainda quer instituir um auxílio mensal aos caminhoneiros no valor de R$ 1.000, entre julho e dezembro deste ano, sob custo de R$ 5,4 bilhões. Ainda há previsto um auxílio aos taxistas e um aumento do Auxílio Gás que dobra o valor do benefício.

"É fato que a Proposta autoriza a concessão, por fora do teto de gastos e demais regras fiscais, de até R$ 41,2 bilhões em benefícios a menos de 100 dias das eleições. Portanto, independentemente de o país reunir ou não as condições para reconhecimento do estado de emergência, uma eventual aprovação das medidas propostas aumentam o risco para as contas públicas no médio prazo e sinalizam falta de compromisso com a disciplina fiscal”, conclui a nota.

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