Taxa básica de juros sobe para 13,25%, o maior patamar desde 2016

Taxa básica de juros sobe para 13,25%, o maior patamar desde 2016

É a 11ª elevação consecutiva de uma série iniciada em março de 2021

R7

Instituição monetária busca conter inflação

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Pela 11ª vez seguida, a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, subiu 0,50 ponto, na tentativa de conter a escalada da inflação. O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira, elevar o percentual de 12,75% para 13,25% ao ano.

Com isso, os juros básicos atingiram o maior patamar desde dezembro de 2016, quando a taxa estava em 13,75%. É a 11ª alta consecutiva neste ciclo de aperto monetário, que começou em março de 2021, com a Selic na mínima histórica de 2%, acumulando 11,25 pontos de ajuste.

"O ambiente externo seguiu se deteriorando, marcado por revisões negativas para o crescimento global prospectivo em um ambiente de fortes e persistentes pressões inflacionárias. O aperto das condições financeiras motivado pela reprecificação da política monetária nos países avançados, assim como pelo aumento da aversão a risco, eleva a incerteza e gera volatilidade adicional, particularmente nos países emergentes", afirma a nota do Copom.

Assim, a taxa de juros tende a funcionar como um instrumento de política monetária para reduzir os preços. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento pelas famílias.

Cenário de incertezas

A inflação persistente no Brasil, o impacto da guerra da Ucrânia e o temor de problemas fiscais, com proposta de baixar o valor do diesel com subsídios e cortes de impostos, formam o cenário de incertezas para a economia. A expectativa é se o ajuste vai encerrar o ciclo de alta ou se novas alterações serão necessárias para conter o avanço dos preços. A última avaliação dos economistas consultados semanalmente pelo BC é que o nível persista ao menos até o fim deste ano.

A inflação oficial do país, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), registrou em maio a segunda desaceleração seguida, com 0,47%. A alta acumula 4,78% neste ano e 11,73% nos últimos 12 meses, o dobro do teto da meta para 2022. A nova taxa básica ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os diretores do Copom voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.


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