Prévia da inflação é a maior para o mês de abril em 27 anos, mostra IBGE
Variação de 1,73% supera a apurada em março e faz o IPCA-15 acumular alta acima de 12% nos últimos 12 meses
publicidade
A prévia da inflação oficial de preços subiu 1,73% em abril, a maior variação para o mês desde 1995, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A maior disparada mensal do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15) desde fevereiro de 2003 (+2,19%) faz o indicador acumular avanço de 4,31%, neste ano, e de 12,03%, nos últimos 12 meses.
Diante da série de altas, o BC (Banco Central) já admite que os índices oficiais de preços vão superar meta estabelecida pelo CVM (Conselho Monetário Nacional) para a inflação nos 12 meses de 2022, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%), pelo segundo ano consecutivo.
Mais uma vez, a alta foi influenciada pelos transportes (+3,43%), principalmente pelo aumento no preço da gasolina, que teve alta de 7,51% e contribuiu com o maior impacto individual no índice do mês, reflexo do reajuste no preço médio do combustível nas refinarias. Também subiram os preços do óleo diesel (+13,11%), do etanol (+6,6%) e do gás veicular (+2,28%).
O preço das passagens aéreas, que havia recuado em março (-7,55%), voltou a subir (+9,43%) neste mês de abril. Já os preços do seguro voluntário de veículo (+3,03%) aceleraram pelo oitavo mês consecutivo, acumulando 23,46% de variação nos últimos 12 meses. Houve altas ainda nos preços dos táxis (+4,36%), das passagens de metrô (+1,66%) e dos ônibus urbanos (+0,75%).
No grupo de habitação (+1,73%), a disparada de 8,09% do gás de botijão representou o maior impacto. Também subiram os preços do gás encanado (+3,31%). A segunda maior contribuição no grupo, no entanto, foi da energia elétrica (+1,92%), com os reajustes de mais de 15% nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro (11,25%).
Veja Também
- Saque do FGTS e 13º salário do INSS devem injetar R$ 79 bilhões na economia
- Custos de produção têm alta de 8,37%
- Inflação oficial de 2021 fica em 10,06%, a maior alta em seis anos, segundo o IBGE
Todos os itens do vestuário (1,97%) tiveram alta em abril, inclusive as joias e bijuterias (+0,61%), cujos preços haviam caído em março (-0,53%). A maior contribuição, porém, veio das roupas femininas, com alta de 2,7%.
Alimentos
Os preços de alimentos e bebidas mantiveram a trajetória de alta e avançaram 2,25% em abril, puxados pela alta dos itens consumidos no domicílio (+3%), principalmente o tomate (+26,17%) e o leite longa vida (+12,21%).
Outros produtos também tiveram altas expressivas na passagem de março para abril, tais como a cenoura (+15,02%), o óleo de soja (+11,47%), a batata-inglesa (+9,86%) e o pão francês (+4,36%).
Já a alimentação fora do domicílio (+0,28%) subiu em ritmo menor do que em março (+0,52%). Enquanto a refeição passou de 0,25% em março para 0,45% em abril, o lanche seguiu movimento inverso, passando de 0,92% para 0,07%.